Brutalidade,
confusões, frio intenso e uma noite barulhenta
A cidade de
Fraiburgo - SC possui mais de 35.000 habitantes e recebeu a primeira edição do
Moto Fest Frain Hell, evento este que aconteceu no peculiar Parque da Maçã. Os
organizadores do festival, Bruna e Rafael, conseguiram trazer nove bandas
catarinenses para se apresentar no mesmo.
A primeira
banda a se apresentar foi a prata da casa, Don Corleone, que trouxe o melhor do
Classic Rock.
Contudo, a
temperatura baixava cada vez mais, porém a Peabirus não ligou para isso e
destruiu com seu repertório que mesclou autorais e covers. Houveram algumas
falhas técnicas, todavia, isso não atrapalhou a apresentação dos músicos
caçadorenses.
A Misanthrope
fez uma grande exibição. Perto do aniversário de Chucky Schuldiner, os músicos
colocaram Fraiburgo para baixo com os maiores clássicos do Death.
Uma das mais
antigas hordas do estado, dava as caras. A Infernal War 666 trouxe todas as
impurezas, blasfêmias e ideologias antifascistas, expondo de maneira obscura e
técnica, as músicas do último álbum “Satanic Truth/Venomous Eternally”, além de
um cover, “Freezing Moon” do Mayhem. A quarta faixa “Only Victory” teve a
participação de Imperious Nokturno (The Torment), onde com seu vocal cru e
rasgado trouxe ainda mais destaque para o show. A pirofagia ficou por conta de
Pazuzu na penúltima música, possibilitando dar um tom ainda mais artístico ao
espetáculo.
Advinda de São
José, a Khrophus entronizou o Death Metal agressivo e célere ao festival.
Clássicos como “Statues”, “Interposition”, “Smoke Screen” e “Lost Iniciations”
não faltaram no setlist. A exibição marcou a quarta apresentação com o novo
vocal Hugo Deigman (proveniente da banda Atomic Fear) que rapidamente se
entrosou com a sonoridade da banda e visivelmente obteve uma ótima
receptividade do público. Em conversa com o Hugo, o questionei sobre alguns
tópicos, dentre eles estava a ingressão à banda e ele pode afirmar sobre sua
rápida adaptação com os outros integrantes.
Entretanto,
infelizmente aconteceu mais um episódio de racismo na cena. Um rapaz proferiu
palavras pejorativas e preconceituosas para com o baterista Black Pest da horda
The Torment. No entanto o autor do ato, foi logo imobilizado e amordaçado.
O Black Metal é
atitude, ideologia e caráter, não tem espaço para racismo, machismo, homofobia,
xenofobia ou qualquer outro tipo de preconceito. Todos nós sabemos o quanto
isso prejudica e fere os direitos individuais de cada um. Respeito e educação são chaves essenciais e primordiais
para todos, a falta dos mesmos ocasiona nesse tipo de atitude.
A The Torment
subiu colérica e violenta no palco. Era notável a agressividade e
potencialidade de riffs complementados pelo descontentamento com a situação
fora do palco. Os músicos mostraram que a cada show se reinventam, músicas como
“March Of The Black Goat Warrior”, “Black Soldiers War” e “Ritual” não
faltaram no repertório. Imperious Nokturno também acabara fazendo pirofagias e
incendiando o evento de gritos demoníacos e postergadores do Cristo imundo.
A Vultorn era
uma das mais esperadas, uma vez que o material feito pelo grupo gradativamente
a tornara uma das melhores bandas catarinenses de Thrash Metal da atualidade. A
banda tocou a música “Hematophagus” pela primeira vez, e não ficaram de fora as
já consagradas “Ripper (Is Closer Than You Thought) ” e “Call For War”. Mesmo
com a temperatura baixíssima, os curitibanenses agitaram e mobilizaram a galera
com suas canções recheadas de fúria e violência.
Subia ao palco,
a Eternal Rise, a banda natural de Videira - SC demonstrou o preciosíssimo
Heavy Metal.
Para o
encerramento, novamente o metal extremo surgiria, a Pierced teve a difícil
tarefa de segurar o público com o clima gelado, no entanto exibiram os melhores
clássicos do Death Metal.
Ao total, quase
200 pessoas desfrutaram e bateram cabeça no festival. Inclusive marcaram
presença no evento Falcãozinho e Tailana, os organizadores do Rock In Hell Do
Campo (festival que acontecerá mês que vem e a Urussanga Rock Music também estará presente). Por conseguinte,
aconteceram alguns problemas, mas estes em nada atrapalharam a apresentação dos
grupos que souberam agir e evidenciar o som apresentado. Uma grande estrutura,
parque de fácil acesso, preço flexível dos ingressos, grandes bandas,
sonorização eficiente e acessibilidade dos organizadores, marcaram o primeiro
de muitos fests.
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