quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

IV Iceberg Rock Open Air: (Resenha)

No último final de semana aconteceu o IV Iceberg Rock Festival (Open Air). Os organizadores Marcos Valério e Lu Oliveira predestinados a surpreender o público novamente trouxeram grandes atrações, algumas inéditas, outras já conhecidas e umas que levantaram o palco do evento.


E por falar em paisagem, o Camping Paraíso é um verdadeiro cenário deslumbrante. Lá encontra-se uma parte do Rio Itajaí Açu (Um dos Maiores de SC), uma piscina gigante, um amplo espaço para acampamento, chuveiros elétricos, bangalôs e tudo de mais belo que a natureza nos proporciona.

O dia de sexta-feira começou corrido, tanto para o público, quanto para às bandas, de nada a forte chuva atrapalhou, pois, todo o campo ficou coberto de lama, o que deixou ainda mais extasiados os metalheads e headbangers presentes. A primeira banda a se apresentar apenas personificou a distinção dos estilos presentes no saudoso ICE, a Deeroots de Rio Do Sul – SC regionalizou Lontras com cover de Dazaranha e John Bala Jones além de suas canções autorais, como “De Boa Na Lagoa” que recentemente angariou um clipe no YouTube.

Em seguida, a Tosse Harmônica mesclou Punk, Hardcore e Rock N Roll através de suas músicas ímpares e icônicas. O frissom foi tomado e o público viu de perto a performance do guitarrista Jhonatan e seus riffs céleres como a Johnny B Good do Chucky Berry e também, o clássico dos riosulenses “De Uma Jam Te Copiei”. Assim foi o show dos músicos, alternando entre cover e autoral, entretanto expondo para todos a musicalidade peculiar da Tosse.

A Tanger Tap fez juz ao lema do Iceberg, “Feito Por Quem Gosta Para Quem Gosta de Rock” devido às suas releituras clássicas da música, nomes como The Doors, Pink Floyd, Buddy Guy, Ozzy Osbourne, Led Zeppelin e até Celso Blues Boy não faltaram no repertório da terceira banda de Rio Do Sul – SC a tocar. Outro ponto a ser levantado é a voz rouca e sólida do vocalista Marcio Cardozo que impressionou os presentes.

Sábado nasceu o sol em Lontras e os headbangers foram lavar suas roupas totalmente cheias de lamas e também é claro desfrutar-se da extensa piscina. Nós da Urussanga Rock Music perambulamos o festival e encontramos pessoas notórias para o Metal Catarinense, uma delas é a Vanessa Boetcher, uma frequentadora assídua e escritora da mídia independente Cultura Em Peso que também estava a fazer a cobertura sobre o evento.

O festival também contou com acústicos em um segundo palco ao lado do bar. E o primeiro músico a dar as caras foi Pedro D’Almada, assim seguido por Flavio Jofrée e Paninho de Roupa Velha. As três apresentações foram díspares, enquanto o primeiro apresentou mais músicas autorais, o segundo exibiu uma performance acústica que relembrou clássicos como Blues Etílicos, Raul Seixas, Zeca Baleiro e Nando Reis e o trio que fechou às apresentações do Palco 2 nos mostrou a preciosidade do Rock n Roll clássico como Led Zeppelin e The Doors.

A chuva caiu novamente de forma torrencial e nós tentamos se abrigar perto da barraca e com isso perdemos uma das atrações mais esperadas que consistia na Um-Banda, o qual um rapaz era um multi-instrumentista que interagia com o público mostrando todas as características de seu estilo inovador e que constitui em transpassar a arte através de uma roda que aos poucos entrava no clima do espetáculo.

Um dos momentos mais aguardados foi quando houve uma reunião de produtores de festivais de todo o estado, que haviam se deslocado até lá com o intuito de decidir o futuro do Rock/Metal do estado. O guitarrista da banda Khrophus, Adriano Ribeiro exibiu um projeto de uma associação de organizadores que mantém o propósito de formalizar uma verdadeira união em prol do estilo. Ou seja, a pauta focou-se na exposição dos “gargalos” dos festivais e de suas soluções e de como SC poderia se tornar o estado dos festivais de Metal. Muitas opiniões, detalhes e ideias foram ouvidas, porém todas as mesmas serão gradativamente divulgadas pelos presentes associados. Na reunião estavam além de nós, os organizadores Adriano Ribeiro (Khrophus, River Rock), Ariel Frenzel, Larissa, Regiane e Adilson Frenzel (River Rock), Danniel Bala (Agosto Negro, Laguna Metal Fest e Tubarão Metal Fest), Denilson Luis Padilha e Elienai Souza (Otacílio Rock Festival), Nani Poluceno (Também integrante do Otacílio e do SC Metal Fest), Simone (Demone In Hell), Marcos Valério (Iceberg Rock), Cleiton Falcaozinho e Tailana Furni Torres (Rock In Hell Do Campo), Thomas Michel Antunes (Santana’s Sunday) e Dorneles Pereira, Douglas e Henrique (Um dia Livre Rock Festival).

A todo vapor seguiu-se o festival, a Soulthern mostrou ser um dos prodígios do Heavy/Thrash Metal do estado. Com majoritariamente de suas canções reproduzidas de forma autoral, tais como “Pillage The City”, “Midnight Wild”, “Christine The Killer” entre outras. Os brusquenses nos apresentaram o caos e a destruição através do instrumental técnico e conciso evidenciado em cada riff reproduzido.

Logo em seguida subiu aos palcos a banda Código de Bar, originária de Schoreder. Os músicos apresentaram covers de diversos nomes clássicos do Rock n Roll, como AC/DC, Raimundos e Velhas Virgens. A banda chamou atenção especialmente por tocar uma versão do clássico sertanejo "As Andorinhas".

Pela segunda vez o Krucipha se apresentou no ICE e novamente os paranaenses realmente devastaram o Camping Paraíso. Com uma mistura de Groove Metal e Death/Thrash Metal, os músicos praticamente só apresentaram canções próprias, tais como as tradicionais “FOMO”, “Acceptance” e “Reason Lost”. Um dos destaques do show foi quando o vocalista André Nisgoski da banda Macumbazilla subiu ao para cantar a canção “Bureaucrap” ao lado de Fabiano Guollo. Do outro lado, os fãs realmente faziam rodas destruidoras somadas ao barro, a agressividade dos riffs e aos moshes avassaladores.


A Captain Cornelius trouxe consigo seu som característico, e é claro, os singulares trenzinhos e danças que não podem faltar em uma noite de show. Os músicos mostraram para todos os bebuns, a magia, diversão e descontração através das suas releituras Folk Metal de clássicos como Dropkick Murphys, Korpiklaani, Flogging Molly, Paddy And The Rats, Matanza, entre outras bandas. Durante a apresentação dos riosulenses, a violinista Tamiris Battisti pôde agregar à sonoridade do grupo uma vez que a mesma fez uma grande performance no show inteiro. 

Enfim, subiu ao palco um dos grupos mais esperados. A Motorocker fez seu primeiro show no fest e relembrou grandes clássicos do Rock n Roll brasileiro como “Rock Na Veia”, “Homem Livre”, “Igreja Universal do Reino do Rock”, “Blues do Satanás”, entre outras canções. Os paranaenses fizeram um show extenso, movimentando todo o público, interagindo com os headbangers e expondo toda a espontaneidade já conhecida dos músicos.

Acendeu-se uma fogueira e mulheres ciganas trouxeram suas canções peculiares. A Dannah de Kayla em uma de suas vertentes exibiu-nos um encantamento e uma magia surreal ao reproduzir canções diferentes, porém que casavam muito bem com o clima. Todas as pessoas presentes na roda puderam desfrutar e dançar com as músicas que as curitibanenses tocavam. Foi simplesmente encantador ver em plena madrugada depois de um dia grande com várias atrações, o público mutuamente participando da apresentação.
No domingo, nós deslocamo-nos para Lages ainda cedo e isso impossibilitou de vermos a última apresentação, que seria da banda Groove Brothers de Rio do Sul – SC no Palco 2 (Acústico).


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