A banda paulista de Heavy Metal Haunter concedeu uma
entrevista ao Urussanga Rock Music. Confira abaixo um papo sobre os primórdios
da banda, novos projetos e a volta dos músicos aos palcos!
De que forma ocorreu a criação da banda?
Haunter: A
banda foi criada em Suzano, São Paulo, em meados 2012, alguns anos após o fim
da banda Guilhotine, onde eu (Du Marques) conheci e trabalhei com o guitarrista
Caio Santos. As primeiras músicas da Haunter eram composições da época da
Guilhotine. A ideia a princípio era somente gravar e registrar estas
composições, mas após liberar as músicas no Soundcloud e no Facebook, várias
pessoas se interessaram pelo nosso trabalho autoral, o que me levou a buscar
integrantes para transformar o projeto em uma banda de verdade. Em fevereiro de
2013 estreamos nos palcos tocando no Chão Selvagem em Suzano. Após diversas mudanças
na formação e da saída do co-fundador Caio Santos, lançamos em 2015 o Single
Bad Tide que foi lançado juntamente com seu videoclipe. Em 2016 lançamos o EP
Haunted, que contava com os primeiros singles (gravados entre 2012 e 2013)
remasterizados e o EP Divine Need, novamente com a participação do Caio nas
composições e guitarras. Este EP também é marcado pela primeira participação do
meu irmão Lucas Malegne, como compositor da faixa Unholy Gods.
Qual o
significado da cognominação do grupo?
Haunter: A
ideia da banda a princípio era explorar temas sobrenaturais e místicos como
vida após a morte, espiritismo, contos e histórias de terror, lendas urbanas,
etc, éramos uma banda conceitual, por assim dizer. Por isso o nome Haunter
("Assombrador") veio bem a calhar, ajudando a criar uma atmosfera
mística e sobrenatural à banda. Mas com o passar do tempo começamos a abranger
outros temas também, mas sem deixar este lado místico de lado.
Quais são as principais influências musicais para a
Haunter?
Haunter: Temos
muitas influências distintas. Nos primeiros anos da banda as minhas composições
e as do Caio seguiam uma linha com fortes influências de Iron Maiden, Megadeth,
Anthrax, Slayer, Arch Enemy, etc. No momento, provavelmente nossas principais
influências sejam bandas nacionais como o Angra (talvez nossa maior
influência), Shaman, Hangar e internacionais como Helloween, Hammerfall,
Stratovarius, Nightwish entre outras várias bandas de power e heavy metal.
Em
relação a composição, como ocorre o processo de elaboração das letras e do
instrumental?
Haunter: Temos
o hábito de compor sempre o instrumental primeiro. Durante os primeiros anos eu
e o Caio compúnhamos juntos, ou o Caio muitas vezes já trazia as músicas
prontas (instrumental, letra, melodias vocais, conceito). Recentemente (mas
antes da entrada dos novos integrantes) eu e o Lucas temos cuidado das
composições. Geralmente o Lucas compõe a parte instrumental e eu escrevo as
letras e cuido do conceito, mas por algumas vezes alternamos estas funções. Com
a chegada de novos integrantes provavelmente teremos grande participação destes
músicos nas futuras composições. Porém, como as músicas que estão sendo
produzidas para o álbum já estavam compostas e definidas, os caras têm
participado da produção sem realizar grandes alterações na estrutura destas
músicas, mas ao mesmo tempo sempre estamos discutindo e analisando cada música,
cada um acaba dando sua cara para a música de acordo com suas técnicas,
timbres, etc.
Quais são as temáticas recorrentes das letras?
Haunter: A princípio
falávamos de assuntos sobrenaturais como vida após a morte, assombrações,
possessões e outros temas obscuros. Posteriormente começamos a explorar outras
temáticas, como o fanatismo religioso, guerras e conflitos pessoais, muitas
vezes utilizando este conceito místico como plano de fundo, com o objetivo de
expressar metaforicamente uma temática cada vez mais complexa, dando margem
para diversas interpretações. Em nosso primeiro álbum, que está sendo produzido
no momento, o conceito principal se concentra justamente na intolerância
religiosa e cultural através da história, crimes e atrocidades cometidos pela
igreja, perseguição a outras religiões, assassinatos e crimes cometidos em nome
de Deus, temas atuais como a exploração do povo por seus líderes religiosos,
conflitos e guerras criados por interesses políticos e religiosos que torna
real a possibilidade de um verdadeiro armagedom com consequências catastróficas
para toda a humanidade.
Durante esses seis anos em atividade, quais os shows
de maior destaque realizados pela banda?
Haunter: Apesar
de estarmos afastados dos palcos desde o final de 2015, quando a banda contava
com uma formação totalmente diferentes, realizamos diversos shows, normalmente
com um bom público em diversas cidades paulistas. Penso que os melhores shows
fizemos no Chão Selvagem (Suzano/SP) em 2013 e 2015. Mesmo palco por onde
passaram bandas como Shaman, Raimundos, etc. O Show de 2013 foi muito especial
por ser o show de estreia e com um grande público e o de 2014 aonde vivíamos
uma das melhores fases da banda. Este show ficou marcado por ser o último show
de nosso querido baixista na época, Carlos Henrique Lopes, que fatalmente
faleceu um mês depois em um acidente de trânsito a caminho do estúdio. Foi um
momento de grande tristeza para todos nós, integrantes daquela época. Porém,
guardamos em nossos corações este show como o mais importante da história da
banda.
Entre os Eps lançados e o novo álbum que ainda está
sendo produzido, quais as semelhanças e diferenças entre esses trabalhos? E o
que esse novo material poderá agregar na sonoridade da Haunter?
Haunter: Certamente
existem muitas diferenças entre os trabalhos já lançados e o nosso primeiro
álbum que está sendo produzido no momento. O primeiro EP contava com um
compositor muito peculiar, como uma linha Thrash muito forte. As músicas soavam
algumas vezes como um Thrash ou Heavy Metal, mas com um vocal melódico. O
single Bad Tide foi criado com a participação de outros músicos como Kleber e
Carlos Henrique Lopes. A música é marcada por melodias animadas e cativantes,
contrastando com as melodias mais tristes e obscuras do início da banda. O
trabalho apresentado em 2016 no EP Divine Need já demonstra uma maior
semelhança com o álbum que está sendo produzido, tanto pela presença do Lucas
como principal compositor, que incorporou muitas influências do Power e Melodic Metal à banda, quanto pela introdução do conceito a ser desenvolvido no
trabalho atual. Porém, neste novo álbum certamente traremos uma mistura ainda
mais rica de estilos que variam do Prog/Power e Speed ao Metal tradicional.
Além disso, contamos com a contribuição dos novos integrantes, que são grandes
músicos, na construção destas músicas, cada um com suas influências e técnicas
particulares.
Além do lançamento do primeiro álbum, quais são os
novos projetos para o futuro?
Haunter: Com
a chegada dos novos integrantes, todos com uma mentalidade muito profissional
em relação a administração da banda temos traçado objetivos a curto e médio
prazo, os quais variam entre fazer alguns shows antes do lançamento do álbum
ainda este ano, e uma turnê de lançamento do álbum provavelmente já no início
de 2019, lançamentos de vídeos e de mídia física também estão nos planos da
banda! Estamos com o pensamento de profissionalizar cada vez mais a banda
Haunter, fazer parcerias, tocar o máximo que pudermos e pretendemos nos afirmar
como um dos grandes nomes do Heavy Metal nacional da atualidade em um futuro
próximo. Nós vemos a banda como um trabalho e não como um hobbie ou algo do
tipo. E estamos trabalhando duro para alcançar nossos objetivos.
Sendo a banda fruto do estado de São Paulo, expoente
de grandes nomes da música. Como vocês enxergam a cena musical atual na sua
respectiva região?
Haunter: O
Heavy Metal no Brasil ainda se limita muito ao Angra, Sepultura e derivados
como bandas grandes e apesar de amarmos estas bandas, precisamos expandir
nossos horizontes! A cena underground tem crescido, em São Paulo mesmo temos
apreciado o surgimento de novas boas bandas que levantam esta bandeira e a não
deixam morrer a cena, como o próprio Project46, Válvera e o Circo de Fantoches
(banda do nosso baterista Vinicius Pontes). Acredito que houver um pouco mais
de união por parte das bandas e demais envolvidos, acredito que cena rock/metal
tende a crescer cada vez mais. Falta também um pouco mais de espaço nas grandes
mídias para as bandas independentes. Em São Paulo algumas bandas vêm se
destacando e aquecendo a cena, mas é preciso muito mais.
Qual a formação atual do grupo?
Haunter: A
banda conta atualmente com Du Marques - Vocal, Lucas Malegne - Baixo, Augusto
Pedroso - Guitarra, Wood Pedroso - Guitarra e Vinicius Pontes - Bateria. O
guitarrista Kleber Lopes, que foi um dos compositores e guitarrista da Haunter
entre 2014 - 2015 na época de Bad Tide deverá fazer uma participação no álbum.
Também deveremos ter um tecladista convidado.
Para quem quiser acompanhar o trabalho de vocês, quais
as plataformas virtuais da banda?
Haunter: Estamos
em todas as principais mídias sociais incluindo Facebook, Youtube, Instagram,
Tweeter, Soundcloud, Google +, OneRpm, Deezer e Spotify. Vocês podem nos
encontrar buscando por Banda Haunter ou por nossos EPs já lançados: Haunted e
Divine Need.
Agradecemos muito pela
disponibilidade da entrevista, se puderem, deixem um recado para o pessoal que
acompanha a Urussanga Rock Music!
Haunter: Em
nome da banda Haunter eu agradeço muito a vocês do Urussanga Rock pela
entrevista e peço para que as pessoas que nos acompanham ou que se interessarem
pelo nosso trabalho nos sigam nas redes sociais, acompanhem a produção deste
material que está sendo feito com muito carinho e empenho de todos nós. Nos
ajudem compartilhando, curtindo, comentando, se inscrevendo em nosso canal no
Youtube o mais importante: Comparecendo nos shows quando voltarmos aos palcos.
Prometo que daremos 150% de nós para trazermos conteúdo de qualidade e fazermos
shows muito especiais para vocês!!! Apoiem também as outras bandas do cenário
nacional! Precisamos de mais união no meio, uma cena se constrói com várias
bandas e precisamos que o público esteja sempre junto, apoiando os artistas do
gênero como acontece em outros estilos musicais no Brasil.
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