quarta-feira, 25 de julho de 2018

Silent Empire: Dethronement Of All Icons (2018)

Há sete anos na estrada, os criciumenses da Silent Empire fixam sua imagem dentro do cenário do Death Metal brasileiro com o primeiro full length. O álbum “Dethronement Of All Icons” foi masterizado e mixado por Orland Bussolo no Forest Estúdio sendo produzido pelo mesmo em parceria com o vocalista Ivan Fabio Agliati. A capa do disco casa muito bem com a cognominação do álbum, já que expõe de forma colorida e rica em detalhes uma ilustração que reúne símbolos místicos de forma sombria. Toda a arte ficou por conta de Gil Souza do Dragao Studio Art.

A banda possui em sua formação membros experientes no underground, músicos como Ivan Fabio Agliati, remanescente de bandas consagradas (Forest Of Demons e Malice Garden).  Em sua trajetória, o grupo tem em sua discografia, o EP “Hail The Legions” difundido em 2015 que contém quatro faixas e angaria muitas críticas positivas e uma receptividade notória no underground do Sul.



O mais recente trabalho dos músicos, “Dethronement Of All Icons”, foi lançado no início deste ano contendo oito faixas:

Logo de cara, a “Unique And Primordial” já pulsa insistentemente o Death Metal cru no seu instrumental. Uma rápida passada a Gorefest nos primórdios, no entanto a junção baixo e guitarra personifica um estilo singular caracterizado por uma sonoridade sólida e constante que é complementada nas fortes linhas de bateria de Israel Horstmann. A composição ressalta a figura humana abrangendo toda a potencialidade ao despertar o questionamento sobre sua dominação.

“Abolish The Reins Of Men” traz a possibilidade de criar um paradoxo com o livro “The Abolition Of Man” do britânico C. S. Lewis. Visto que a temática da obra frisa a evolução como caminho para a liberdade humana bem como a faixa trata sobre autonomia e emancipação mental. A sonoridade da mesma exibe uma alternância de riffs, o que os tornam mais enxutos, pesados e mórbidos.

A faixa “Blessed By Wisdom” é caracterizada por instrumentais rápidos e agressivos e por concentrar os vocais de Ivan a um nível mais sólido e ríspido, levando-os a encarnar a canção de um jeito mais sombrio. Isso pode ser devidamente presenciado ao término da canção que finaliza com solos caóticos de Aline Iladi. Todavia, a letra mostra a busca incessante pela compreensão do âmago individual que só pode ser adquirida através do autoconhecimento.

A quarta canção é “Unscathed Before The Unknown”, a mesma enfatiza uma visão selvagem acerca do comportamento humano trazendo traços niilistas que caracterizam a apatia do eu lírico. O som é uma catástrofe, surge de uma maneira cadenciada, transforma-se numa pungente sonoridade e se esvai em tons de monstruosidade brutal técnica.

“Hail The Legions” é a que mais se destaca no repertório da banda, ela é a única faixa presente na primeira demo homônima. A música tem apenas 02:59 min e compreende um instrumental coeso representado por riffs desenfreados e céleres. Através de metáforas que retratam a perseverança e apogeu das legiões, ela explicita a união entre headbangers, opondo-se às segregações musicais e promovendo um vínculo entre os admiradores do estilo.

A música “I Am The Empire” é diretamente conectada à designação do grupo, visto que o império citado na faixa é construído com base nos valores frisados pela banda como oposição aos falsos líderes, à opressão, valorizando assim a liberdade individual. Ao iniciar de maneira mais lenta, a canção ingressa-se numa atmosfera ímpar e frenética já que seus instrumentais perambulam entre a velocidade de riffs e vocais encorpados.

A faixa “Conquest The Throne Of Blasphemy” é marcada pela sincronia entre os integrantes, pela linearidade dos riffs e por manter a raiz do metal extremo cru ao conter o peso, a consistência, a agressividade e solos violentos. A sua composição é uma narrativa acerca da destruição da fé, da fraqueza humana, e ascensão de um império instituído com base na heresia e blasfêmia.

O álbum é encerrado com “Among The Faceless”, faixa que traz uma crítica relativa a hipocrisia religiosa e a destruição que a dogmática cristã causa desde os primórdios de sua história. Diferente de muitos grupos que em sua última canção do disco preferem adaptar um som mais lenta, os criciumenses fizeram justamente ao contrário. A música é uma das mais pesadas e velozes do full length, seus riffs atingem um estágio de potencialidade incomum e personifica a celeridade habitual da Silent Empire.

A resenha também está disponível no Press da Cangaço Rock Comunicação.

Formação Atual:
Ivan Fabio Agliati (Vocal e Guitarra)
Aline Iladi (Guitarra)
Israel Horstmann (Bateria)
Arthur Neto (Baixo)

Plataformas Virtuais:


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