O músico nos contou um pouco
sobre experiências no meio independente, as artimanhas para a elaboração das
matérias e muito mais o que se envolve em colocar em prática uma mídia.
Quando
foi o primeiro contato que você teve com o Rock/Metal?
Maykon: Foi
bem pequeno, não sei que idade deveria ter, mas lembro que fiquei chocado
quando o Mamonas Assassinas faleceram, meu pai tinha me dado uma fita dos caras
e eu andava com aquilo para cima e para baixo. Era minha "fita da
sorte" hahahaha. Meu pai me apresentou muita coisa boa, clássicos como
Nirvana, Scorpions, CBJr, Zé Ramalho e o amor só foi aumentando.
O
que o levou a montar uma mídia independente?
Maykon: Eu
queria cooperar mais fora dos palcos. Minha antiga banda (Doctor Jimmy), fez um
show foda uma vez e eu fiquei chateado por não ter nenhum registro, muito menos
escrito e eu queria criar algo que fosse como um arquivo da região sul
catarinense, no fim, se tornou algo bem mais extenso, hoje O SubSolo atende o
Brasil inteiro.
O
Subsolo atualmente é uma das principais mídias underground brasileiras e há uma
gradativa evolução. Quais são os principais fatores para esse crescimento?
Maykon: Cara,
acho exagerado dizer que somos uma das principais mídias, pois somos uma mídia
pequena. Mas confesso que estamos em crescimento e isso se deve a união e a boa
escolha da equipe, todos tem minha admiração, até os ex-membros da equipe.
Em
todo esse tempo como imprensa, quais matérias você destacaria?
Maykon: Eu
fiz uma matéria que me orgulho muito, foi com a Aline Iladi, guitarrista do
Silent Empire, foi uma que quando terminei de editar saiu lágrima dos meus
olhos e me senti um jornalista de verdade, e sem querer ofender ninguém, foi
nesse momento que vi que o talento dessa profissão vem do coração e foi isso
que fiz com essa matéria, para mim é a mais especial feita por mim. Fica o link
(http://www.osubsolo.com/2017/05/especial-superacoes-do-underground-02.html).
Fora
isso, não tem como não destacar a entrevista com Andreas Kisser (Sepultura / De
La Tierra) realizada por Vinicius Saints. Entrevista do Pedro Poney (Violator)
feito pela Thabata Solazzo. Entrevista com Mauricio Nogueira (Matanza) feita
pelo Marcel Caldeira e mais uma do menino Vinicius, a resenha do "MachineMessiah", elogiada pelo próprio Sepultura.
Como
se sucedeu a ideia da criação do Subsolo Rock Festival?
Maykon: Eu
sou um cara teimoso, que adoro me ferrar no underground, pode ser isso hahaha.
Acho que faltava um "a mais", acho que toda iniciativa tem que ter um
toque especial e o nosso foi o festival, fora as coletâneas físicas que vale
lembrar.
Atualmente
a mídia conta com quantos integrantes?
Maykon: O
SubSolo conta com nove redatores.
Como
se dá o procedimento de escolha para a elaboração das matérias?
Há
algum pré-requisito?
Maykon: O
pré-requisito é simples, não ser chato e ficar cobrando no privado (sério, isso
é muito chato caras, não façam) e mandar material completo, uma banda que não
tem release nos dias de hoje é inadmissível, por favor né. As bandas hoje
faltam com profissionalismo e querem ainda cobrar cachê alto. Tenham de início,
logo, release e fotos, e claro, um bom trabalho gravado.
E
como você trabalha para organizar o tempo entre banda, organizador e imprensa?
Maykon: Ainda
tenho minha assessoria, coopero para o Underground Extremo, Metal Etílico e as
vezes até Urussanga Rock, né patrão Guigo? hahaha. Não é fácil, a tarefa é
dificil e isso me esgota, principalmente pela falta de reciprocidade.
Ultimamente abro a plataforma de criação de matérias e fico pensando se devo
realmente perder tempo escrevendo, não tenho mais o mesmo tesão de antes. E a
falta de cooperação das bandas de divulgarem os próprios links que são
mencionados, vai enchendo o saco.
Quais
são as principais dificuldades enfrentadas no desenvolvimento das matérias?
Maykon: como
citei lá em cima, falta de profissionalismo das bandas que não tem nem
material, sem material não sei nem por onde começar.
Qual
sua visão sobre o cenário catarinense atual e o que pode ser melhorado?
Maykon:
Comecei a acreditar que o tal "união" é balela mesmo, infelizmente
cai na real. Eu batia no peito e brigava para dizer que existia, mas não
existe. Banda da nossa região precisou de mim e eu ajudei, no fim, lançaram ou
ainda vão lançar, não sei, o clipe por uma mídia lá da puta que pariu, aí
desanima né? Falta de consideração. Acho que falta consciência, humildade, é
muito músico comendo sardinha e arrotando salmão. Falta tirar o rabo do sofá e
participar mais dos eventos, não ficar do lado de fora, não tentar burlar para
não pagar a entrada, existe tantos problemas a serem corrigidos...
Há
união entre as mídias?
Maykon: Entre
as mídias sim e é surpreendente como todas as mídias que conheço se ajudam sem
frescura. É um prazer estar entre elas com certeza.
O
que motivou o fim da Web Rádio do O Subsolo?
Maykon:
Bandas que mandam músicas e não tiram dez minutos do dia para ouvir, programas
ao vivo d'O SubSolo aos domingos para 2 ou 3 ouvintes, mesmo com divulgação
pegando fogo. O pessoal só quer e não quer ajudar, quer se apoiar mas não quer
apoiar, é complicado. Isso é triste, foi bem frustante para mim anunciar o fim
da rádio. Estou incomodado até hoje!
Cinco
bandas catarinenses.
Maykon:
AlkanzA, Eletromotriz, Orquídea Negra, Viletale, Vlad V.
Cinco
bandas da região de Tubarão.
Maykon: DeadNation,
AlkanzA, Dark New Farm, Distressed, Alucinia.
Cinco
mídias independentes.
Maykon:
Rifferama, A Hora Hard, Underground Extremo, Urussanga Rock Music e Cultura em
Peso.
Em
nome da Urussanga Rock Music, agradeço a disponibilidade para a entrevista. Se
puder, deixe um recado para os leitores que nos acompanham.
Maykon: O que
o Guigo e a Leandra fazem, é coisa de outro mundo. Resenha em escrita, vídeo
entrevista e ainda batem foto. E tem cuzão que não dá valor e quando a gente
cansa, dá as costas e não se dedica mais, começa o mimimi e o arrependimento,
isso não é só com mídia, é com bares, festivais, projetos e tudo o que podemos
imaginar. Temos que APOIAR SIM, temos que tentar a balela de união SIM, temos
que nos ajudar SIM e temos que ser um só, ou se não, o barco afunda. Vamos ser
menos babacas e mais família. Obrigado pelo espaço Urussanga Rock!
0 comentários:
Postar um comentário