A sétima edição do “Parceiros
do Underground” teve com foco, a difusão dos materiais virtuais e assuntos
relacionados ao cenário catarinense musical.
O bate-papo dessa vez
foi com o publicitário Marcio Gomes da mídia independente Skullto de Florianópolis -
SC que contou-nos um pouco mais sobre sua trajetória na música.
Quando você teve o
primeiro acesso à musica, ao Rock/Metal?
Marcio: Contato mesmo aos meus
14 anos, isso em 1992 me apresentaram uns vinis, e no rolo veio: Motorhead “No Sleep ‘till Hammersmith',
Helloween “Live In The U.K.”, Iron Maiden “7 son of the 7 son”, Venom “Black Metal”, Accept, Ac/Dc,
Sepultura, Metallica entre outros. Foram uma semana de pauleira rolando com uns
brother da mesma faixa etária.
A Skullto está ativa há
quanto tempo na imprensa independente? E qual objetivo inicial do Fanzine?
Marcio: O Skullto foi criado
em 13 julho de 2017, completou um ano. O objetivo inicial era disponibilizar o
material para download com o consentimento da banda. Porém, muitas se
propuseram disponibilizar, outras colocaram restrições. Mas, a maioria dos
grupos que está no site aceitaram!
Mas,
eu já fazia fanzine, em 1995 criei o Sound
Penetration Zine, o qual obtive muitos contatos como: Anthares, Blessed
(banda do finado Fabiano Penna), D.F.C, Tormento dos Vizinhos, Dark Avenger
(difícil de engolir até hoje a partida do grande Mário Linhares), Post Trevor
(Tubarão/SC), In Memorian, Concreteness, Hard Money, White Frogs, Blind,
Calibre 12. Em 1996, eu e o Sérgio do Fly Kintal Zine recebíamos muitas bandas
4fun, mas, colocávamos nos fanzines, porém, era algo que víamos com certo receio
e resolvemos montar o Todo Juca Zine, para tirar sarro, fazer tirinhas cômicas
e direcionado para as bandas 4 fun.
Quais são as suas
principais influências musicais?
Marcio: Curto muito Thrash
Metal e Crossover, mas, sou bem eclético, escuto Punk, Hardcore, MPB,
saudosamente alguns bregas que lembram meu Avohai (como dizia Zé Ramalho) e
isso é marcante para mim.
Como se dá o processo
de elaboração de matérias? Você utiliza algum critério em especial?
Marcio: A banda envia o
material e é divulgada independente do estilo, lógico existem as exceções, as
quais incitem violência ou imposições políticas, deixando desconfortável o
próximo. Estes assuntos que devem ser analisados.
Para você, quais foram
as principais postagens divulgadas no site desde o seu início?
Marcio: Trato todas com a
mesma importância, a energia em fazer a matéria é sempre animada, mas, lógico,
quando vemos bandas antigas como: Salário Mínimo disponibilizando o material e
matéria, Torture Squad, 40 anos de Punk, marcam bastante!
Qual sua visão sobre o
cenário catarinense musical e suas respectivas mídias?
Marcio: Olha, sou de Manaus,
morei em Santo André/SP por cinco anos, mas, aqui a Cena é bastante agitada,
bem ativa!!! Festivais acontecendo simultaneamente, agora, uma coisa me chamou
bastante atenção e comum em todos os estados, o mesmo bla bla bla de que a cena
está fraca, que o público não coopera, músicos não ajudam a divulgar o próprio
show, isso sempre existiu e sempre existirá.
Fui
em um show onde 2 pessoas (eu era 1) estavam assistindo a banda que nem vou
citar para resguardar, os caras vieram de SP e em seguida foram tocar outro dia
num festival. Os caras tocaram com a mesma ênfase como se tivesse um público
gigantesco.
As mídias, acho muito foda e que se ajudam!!! Correm atrás de matérias e materiais a divulgarem, sempre buscando inovação, apps, web rádios, vídeos.
O nome Skullto traz à
tona várias interpretações como o de “escutar” e de “skull (caveira)”. Como foi
o procedimento de escolha?
Marcio: Cara, eu estava
chamando dois amigos para fazer o site comigo, e tinha outro nome, tipo “énoise”.
Uma bela noite cheguei do trampo, fui tomar banho e estava martelando o projeto
na mente, até que eu lembrei de uma pulseira que comprei de um hippie, comprei
uma para mim e outra para meu filho.
Gosto
muito de brincar com a palavras fazer trocadalhos do carilho kkkkkkk, então,
veio em mente isso, a skull da
pulseira e ela tem a Rosa dos Ventos, justamente da ideia anterior que era
colocar bandas underground de todos as regiões (Norte, Sul, Leste e Oeste). Isso encaixou perfeitamente na ideia, de
repente eu tinha verbalizado eu skullto, tu skulltas, eles skulltam, nós
skulltamos, vós skulltais e eles Skulltam.
Porra,
foi a sacada, parei, pensei Skull (Caveira) + Escuto e no meio algo dando
sentido a cultuar o underground onde se encaixa o som de cult também. Neste
mesmo dia fui verificar se tinha domínio registrado nas redes sociais sobre o
nome.
Acho muito interessante
o jeito com que você aborda as suas respectivas postagens, sempre mantendo o
critério imparcial e fomentando a legalidade na elaboração das pautas. Qual a
receptividade das bandas acerca das suas matérias?
Marcio: São bem aceitas,
inclusive, retornam com qualquer novidade ou atualização, para que seja
novamente divulgado. Eu altero, ajusto, atualizo, crio novas postagens, para
saber realmente o que acontece.
Eu
gosto de respeitar sempre as características de cada banda/projeto, assim, como
os direitos autorais, afinal, sabemos as lutas vividas para que um projeto se
concretize e tornar público sem consentimento é um ato desonesto, assim, como
queremos um país melhor, devemos começar em pequenos atos e um deles é o
respeito.
Por
isso sempre dou ênfase na legalidade pelo consentimento do trabalho divulgado e
respeitar as legislações, evitando quaisquer problemas e inclusive mantendo o
site no ar sem estar em blacklist.
Há algum novo projeto
em desenvolvimento?
Marcio: No momento, não.
Você acredita que ainda
acontece segregação de estilos no nicho independente musical?
Marcio: Sempre há, hoje em dia
menos, mas, existem sim uma minoria que querem se impor.
Qual
sua visão da ascensão de materiais virtuais?
Marcio: Eu ainda curto mesmo o
material físico, valorizo a arte, o artista, as ideias. A ascensão virtual é
ótima na ampla divulgação da banda, lembro que antigamente para receber umas dt’s, quando não eram extraviadas, eram
quebradas pelo carimbo do correio.
Era
bem complicado, você fazia um trabalho manual de troca de carcaças, e aí tinha
uma novidade para tocar no deck, se não desse o azar de ter cortado a fita ou
ficar machucada, quando chegava em um bom estado, maravilha, e demoravam aí uns
15 dias, para ouvir o som da banda.
Hoje,
você subiu, indicou em menos de um minuto você pode estar com um material de
outro lado do mundo. Porém, a arte ficou em segundo plano, mesmo assim, é um
ótimo canal de divulgação!
Cinco bandas
catarinenses.
Marcio: Battalion, Skombrus, Khrophus,
Insurgentes e Insalubre
Cinco bandas
brasileiras.
Marcio: Krisiun, Korzus,
Zumbis do Espaço, Ratos de Porão e Salário Mínimo
Cinco zines
independentes.
Marcio: Aqui vou misturar um
pouco o tradicional com as mídias online: curto muito o Fly Kintal Zine de Manaus/AM,
Unidos Pelo Metal de Mauá/SP, Cultura em Peso, Comando Metal Zine e
FanzineMosh.
Em nome da Urussanga
Rock Music, agradeço a disponibilidade pela entrevista. Se puder, deixe um
recado para quem nos acompanha.
Marcio: Conheci o Guigo há
pouco tempo, mas admiro o trabalho dele frente a Urussanga Rock Music, correndo
atrás de entrevistas, de unir as mídias. As abordagens diretas sem rodeios e com
conteúdo bastante rico!!!! Vale muito acompanhar o trabalho do Guigo!!!
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