No interior de São Paulo, Fabio Luiz Montanari (Nuna
Fanzine) resolveu criar algo que pudesse ir contra essa onda neofascista atuante.
Como já está presente no M.R.U (Movimento de Resistência Underground) o
produtor conhece bem o cenário independente do Metal brasileiro.
E não há lugar melhor para a escolha do local, como o
município de Itapira- SP, cidade berço de grandes festivais, renomados eventos
e de uma cena unida. Lá já se apresentaram bandas nacionais e internacionais,
inclusive com contingente grande de público, sendo um dos mais lembrados, um
show com quase 800 pessoas.
A interação camping, natureza, fazenda traz um âmago
singular e identitário para o fest visto que o mesmo localiza-se na divisa de
Itapira com Mogi-Guaçu- SP.
Outro fator a ser destacado é a pluralidade de estilos e a abrangência
de ritmos, fugindo da segregação musical. O espaço geográfico também é bem
descentralizado já que agrega bandas de outros estados, como Minas Gerais. A
escolha dos grupos se deu baseado no MRU com três bandas do coletivo e metade
de fora, todavia com a mesma chama antifascista.
A Cracked Skull realmente racha a “cuca” dos metalheads, os
mineiros oriundos de Itaúna- MG fazem um som com muitas referências de Death
Metal, com destaque para álbum “Social Disruption” resenhado pela Urussanga
Rock Music. Também mineira, a Deadliness é um grande nome do Metal Brasileiro.
O grupo possui quase trinta anos de estrada, nove demos e EPs além do full length
“Guerreiros do Metal”.
A Vulture também é considerada um ícone do Death Metal
nacional já que tem trabalhos muito bem elaborados, técnicos, concisos e que
gradativamente se tornam parte do acervo musical dos amantes do estilo. Imagina
rodar o disco “Test Of Fire” no possante ou o “Through The Eyes Of Vulture” com
a ensurdecedora “Abençoado Seja O Homem Ateu”. Com essa época da ascensão do
cristianismo na política, a música expressa a revolta da laicidade do Metal.
O “DIY” (Do It Yourself) estará presente no
Grindcore/Punk/Crust da Ratas Rabiosas. A banda surgiu em 2013 com a ideia de
algumas amigas que movidas contra o descontentamento e revolta em meio a
atividade preconceituosa contra as minorias, resolveram criar um projeto para
dar um basta nessas atrocidades. Elas têm como material lançado, o homônimo “Ratas
Rabiosas” e a coletânea divulgada pela Utero Punk, “Mulheres em Perigo”.
Com o recente trabalho difundido, o EP “Hellcat Empire” da
banda homônima foi muito marcante para os músicos. A banda, uma das pratas da
casa, trabalha sua sonoridade através do Street Punk e West Coast Hardcore que
é personificado através das suas músicas onde aborda o cotidiano, a intolerância
e ódio na sociedade. Também advinda da região, a Wartheria aposta nas músicas
cantadas em português, o que torna um diferencial em relação ao seu som. Este
caracterizado através de um Thrash/Death Metal.
Os ingressos estão disponibilizados por apenas 15 reais
(Com nome no mural do evento) e 20 reais na porta do mesmo. Então, além do
preço acessível, da qualidade das bandas, da união antifascista e do camping
diferenciado, o festival vai marcar uma nova época para o Metal, de resistência
ante as garras do reacionarismo.
Grande bosta
ResponderExcluir