O Festival
Nos dias 07, 08 e 09 de
setembro aconteceu um dos maiores festivais catarinenses, o River como é
carinhosamente chamado configurou-se através da pluralidade de estilos, da
ampliação e modificação da estrutura e do line-up repleto de atrações.
A nossa equipe saiu de Lages-
SC na sexta-feira à tarde e chegou no período das 19h no Rota 66 em Indaial-
SC. Durante o percurso, vale ressaltar a beleza do Vale, as cidades pequenas,
porém bem desenvolvidas, a mescla da cultura alemã com a italiana e os
trejeitos do interior catarinense.
Ao chegar ao local do evento,
é nítido surpreender-se com a quantidade de veículos, pessoas e barracas logo
no hall de entrada do mesmo. Lá no palco a banda Steel Warrior encerrava sua
apresentação, fortemente caracterizada no Power Metal peculiar do grupo
itapemense. Mesmo com alguns imprevistos relacionados a elétrica, os músicos
conseguiram finalizar sua exibição muito bem.
Assim instalados e com a
correria da sala de imprensa, do credenciamento e direcionamento das mídias, a
URM intercalava em realizar entrevistas, fazer cobertura de fotos e vídeos,
suprir dúvidas relacionados à imprensa e demais tarefas com o intuito de
contribuir com o River Rock 2018. Todavia, perante a essa intensa jornada conseguimos
prestigiar algumas apresentações.
A Flesh Grinder deu início ao
primeiro show do “big 4 catarinense” formado pelos joinvilenses, pela Brasil
Papaya, Khrophus e Rhestus. As quatro apresentações foram marcadas
primeiramente por concentrar um grande número de pessoas em frente à grade,
pela versatilidade da apresentação e inovação com resquícios de fogo e com
pinturas faciais da Rhestus. Também é valido e notório a solidez da Khrophus e
a harmonia e sincronia da Brasil Papaya.
Brasil Papaya |
A alimentação era algo com múltiplas
opções, desde variedades para o nicho vegano e vegetariano e a presença de um
food truck com outros tipos de gastronomias.
A Leite de Velha encarou o
evento como uma forma de expandir sua sonoridade às pessoas de outros estilos,
como o Metal. O rock gaudério conseguiu trazer às atenções a músicas com
temáticas cômicas e inusitadas.
As mídias presentes no evento
mostraram profissionalismo e dedicação. Em conversa com Sidney do O
Subsolo/Cultura Em Peso, o mesmo destacou a necessidade de profissionalizar o
trabalho das mídias nos festivais e também ressaltou a importância dos canais
para a divulgação. Vale ressaltar que a Vanessa Boettcher também estava lá
cobrindo para o CEP.
Com a troca de horário, a
Necrotério foi a primeira banda do Paraná a se exibir nessa edição. Um Death
Metal Cru com riffs agressivos e céleres. Logo em seguida, a Slammer propagou a
chama do anticristianismo, os curitibanos fizeram um altar mórbido e
direcionavam mensagens diretas para a dogmática religiosa. O grupo reproduziu
até um cover da banda Funeral, uma das primeiras de Black Metal no PR. A Grimpha bradou “Death Metal Antifascista” e
fez com que todos pudessem sentir a monstruosidade do seu respectivo instrumental
assim como a potencialidade de suas letras.
Slammer |
Com a finalização da noite,
pudemos ainda conhecer Guilherme Lindner do “Cena Livre” que estava executando
seus trabalhos de difusão. E no bate-papo, o comunicador enfatizou a grandeza
do evento e a simplicidade de cenas casuais que às vezes passa de forma
impercebível a nossos olhos. Guilherme ainda concedeu algumas ideias para a
continuidade do nosso trabalho e também sobre a elaboração do fest.
O sábado começou cedo, com
alguns problemas relacionados à energia que rapidamente foram resolvidos. E o
Carlão Fernandes que não tinha nada com isso se preparou e executou o Workshop que
consistia em compartilhar suas técnicas, suprir as dúvidas e reproduzir alguns
de seus sons da banda Khrophus.
Carlão Fernandes |
Ao olhar para o camarim, ficava
explícita a ideia de teatralidade dos músicos da Casa de Orates. Os itajaienses
contagiaram os headbangers com suas músicas psicodélicas, com suas atividades
artísticas de dança e diversidade musical.
Casa de Orates |
A Escória de Timbó- SC mostrou
o Punk Rock de protesto e de revolta. Com um repertório diferenciado, os
músicos até divulgaram uma música para o antigo prefeito da cidade do vale. A
sala de entrevistas estava a todo vapor, entrevistas com Casa de Orates, Xei e
Sons In Black e Slammer estavam acontecendo, em virtude da execução das mesmas
não foi possível acompanhar as demais apresentações.
A primeira banda do RJ a subir
no palco foi a Cervical, um som pesado, díspar e totalmente expressivo. Era
notável a proatividade e a interação do vocalista Pascoal Mello com os presentes
que admirados acompanhavam o som dos músicos.
Cervical |
A Affront tocava mais uma vez
em SC. Acostumados com o clima catarinense, os músicos mantiveram mesmo com
algumas falhas técnicas, o profissionalismo ao impulsionar suas canções
presentes no álbum “Angry Voices”. E foi assim, com um petardo em cima do
outro, solos sólidos e rápidos e a brutalidade do Death Metal. Logo em seguida,
no bate-papo o vocalista Marcelo ressaltou e enalteceu o convite que foi feito
para tocar no evento, o qual para ele é raro de se encontrar no estado do RJ.
Affront |
E lá um Power Trio advindo do
Centro Oeste brasileiro, executando suas músicas, uma a uma com a mesma
intensidade da Demo “Infernal Domain”. A Armum encantada pelo evento manifestou
uma condensação sonora, a presença dos vocais graves e timbrosos de Camila e as
viradas de batera de Gesiel Coelho.
Armum |
A Cartel Da Cevada fez uma das
melhores performances, os gaúchos movidos pela energia da viagem e clima de
festival, difundiram suas músicas com uma sincronização ímpar, com a sede de
demonstrar seu máximo e é claro que não poderia faltar a aparição do “tinhoso”
em “O Diabo é Da Fronteira”.
Cartel da Cevada |
Fixos em frente ao palco, o
público pode presenciar o show de duas headliners do fest, a Imago Mortis que
fez um show surpreendente com seus arranjos peculiares, seu doom expressivo e a
magia de suas canções. No entanto, sem muito esperar, os metalheads
acompanharem depois da exibição dos cariocas, a apresentação do ReyToro (Uma
das maiores bandas do Uruguai) que de forma caótica possibilitou vários moshes.
ReyToro (URU) |
A grande atração da noite fez
com que o festival inteiro pudesse cravar os olhos para o palco do Rota 66. O
Sepultura se apresentou pela segunda vez no River e foi claro a performance de
qualidade dos músicos, que traziam a divulgação do “Machine Messiah” em show
único no estado. Evidente que relembraram clássicos como “Territory”, “Inner
Self”, “Refuse Resist”, “Arise”, tal feito proporcionou rodas brutais, a fase
épica de Eloy Casagrande, a mescla de sons com o novo álbum e a simpatia
habitual de Derrick Green.
Sepultura |
O projeto Cadaveric Hotel
composto por apenas um integrante demonstrava gratidão ao Sepultura pelos
músicos fazerem a abertura de seu show. Brincadeiras à parte, o músico
enfatizou canções cômicas e de duplo sentido que deram um ar mais descontraído
ao festival.
Cadaveric Hotel |
A última banda a se exibir no
sábado foi a Cassandra. O duo de Curitiba- PR enfrentou alguns imprevistos
técnicos com o som inicialmente, mas logo tudo fora resolvido e puderam deixar
fincada a passagem por Indaial. Com uma mistura de elementos, indo desde djent,
stoner, doom e outras referências estabilizaram uma isocronia com suas
composições autorais.
Cassandra |
Casamento de Adriano e Ana Cláudia
O matrimônio entre o organizador
e músico Adriano Ribeiro com Ana Cláudia Freitas personificou a singularidade
do festival. Os recém cônjuges protagonizaram um momento de ternura em que os
riffs das guitarras cederam à sutileza das palavras proferidas por Cláudio
Tiberius. O mesmo coroou o casal e fez com que o público se comovesse com tal
ato.
Casamento |
Depois do agitado beijo, o
noivo pulou para a galera e tudo isso exprimiu o carinho que os presentes
mantêm com o guitarrista.
Com Enya sendo reproduzido
através de Carla Domingues e Thiago Gonçalves, o recital Metal era composto por
versos doces, simbólicos e eloquentes. O baile de debutantes iniciava-se, os
headbangers dançavam com seus respectivos pares, inclusive alguns com garrafas
de cerveja e assim caracterizou a parte romântica da aliança do River Rock
Festival 2018 com você.
Bandas
e Festivais Presentes
É de suma importância revelar
as bandas que mesmo sem ter tocado no evento puderam otimizar seu tempo para
locomover-se até o Vale. Alguns grupos presentes foram a Balboa’s Punch,
Captain Cornelius, Homem Lixo, Juggernaut, Mr Fear, Omnifarious, Plunder, Somberland, Tandra,
They Come Crawling, entre outras.
Já em relação aos eventos, a parceria
de festivais inclusos no River Rock Festival era vasta tendo nomes como o Agosto
Negro, Fear Fest, Frai’n Hell Rock Festival, Iceberg Rock, Maniacs Metal
Meeting, Otacílio Rock Festival, Rock In Hell Do Campo, Santana’s Sunday e Um
Dia Livre Rock Festival.
Camping
e Arredores
O camping estava bem
acessível, com um amplo espaço para a colocação de barracas, gazebos e tendas.
Também havia alguns stands de lojas especializadas em Rock/Metal, rádio e
bancas de merchans dos grupos que se apresentavam.
Camping |
A proximidade do palco foi
algo a ser devidamente lembrado, pois normalmente conseguia-se a locomoção
entre o espaço interior e exterior. Ao questionar o baterista Fernando Alfaro
da Reytoro, o mesmo se mostrou admirado pela estrutura aos arredores do evento.
De acordo com ele, são pouquíssimos festivais no Uruguai com essa base.
Organizadores
e Produção
Com o convite do Patrick Souza
da Sangue Frio Produções, nós ficamos encarregados por assessorar a parte da
imprensa. O procedimento ocorreu de forma tranquila e foi uma experiência ímpar
e gratificante.
Os idealizadores Adilson
Frenzel, Adriano Ribeiro, Ariel Frenzel, Larissa Giovanella, Regiane Santos e
Valdecir Valda se mostraram satisfeitos pelo resultado do fest e pela
receptividade do público. Adriano ainda ressaltou algumas ideias a serem trabalhadas para a próxima edição e frisou pontos a aperfeiçoar-se, outros
a continuarem e planos a serem colocados em prática.
Otima resenha. Detalhando com fidelidade este evento que foi algo muito bom. Boas bandas. Boa comida.organização e tranquilidade. Nada de incidentes. Parabens Guigo. Até quem não pode estar terá uma noção de como foi o evento... E que venham outros festivais
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