O
Festival
Nos dias 15, 16 e 17 de fevereiro, a cidade
de Otacílio Costa- SC no Planalto Serrano Catarinense, recebeu milhares de
headbangers munidos pela ávida vontade de rever os amigos, ouvir uma boa música
e encontrar-se com a essência da natureza.
A Urussanga Rock Music se
locomoveu a partir de Lages com uma excursão “faca na bota” que traziam amantes
do Metal, reincidentes do OTA e a harmonia de um caminho tranquilo até a
cidade.
Ao chegar na Fazenda Cambará,
lugar tradicional onde ocorre o fest nos deparamos com uma organização entre os
seguranças e funcionários, além da hospitalidade dos organizadores Denilson
Luís Padilha, Elienai Souza e Nani Poluceno que vieram nos encontrar
e recepcionar-nos.
Sexta-Feira
Então, com um festival um
tanto quanto diferente, agora que abriu mais um dia para a difusão das
atrações, a tão sonhada sexta-feira. Na fazenda, um público impressionante
acompanhava música a música à banda riosulense Balboa’s Punch que gradativamente
se mostra mais madura, sólida e traz consigo uma ambiência vasta de estilos
musicais.
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Balboa's Punch (SC) |
Após o grupo, quem tomou conta
do palco do OTA foi a Pain Of Soul. A banda blumenauense com 19 anos de
história mostrou a competência, o lirismo de Dani, a sincronia aliada com o
misticismo habitual que faz o grupo ser um dos mais importantes do estado.
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Pain Of Soul (SC) |
Com os ânimos à flor da pele,
o Black Metal imperou no festival. A Conspiracy 666 foi a primeira
representante de Lages- SC a se apresentar nessa edição. Os músicos trouxeram
consigo a experiência, a arte e a heresia com suas músicas autorais e alguns
covers como o preciosíssimo Emperor.
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Conspiracy 666 (SC) |
Ao conversar com Luciano Wolf
(Ex Conspiracy 666), o músico destacou a organização do festival, a nova “cara”
da banda e nostalgicamente através do público cantou músicas de sua autoria e
prestigiou os amigos.
Quando a Raging War se dirigiu
aos palcos, era nítido a curiosidade dos presentes, visto que o grupo
atualmente é um dos que mais se destacam no cenário do estado. Com as músicas
contidas no álbum homônimo “Raging War” que gerou diversas críticas positivas (inclusive
uma resenha do nosso site) os brusquenses fizeram o caos no OTA, a cada riff e
solo extasiavam ainda mais os metalheads que ocupavam os lugares na frente para
acompanhar os músicos.
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Raging War (SC) |
O colaborador do Cultura Em Peso
(CEP) Tamanini estava presente no OTA, assim como na maioria dos fests de SC e
nos deu dicas de divulgação e difusão do canal. Além disso, o
bate-papo passou pelo reconhecimento de festivais às mídias presentes, o
trabalho mútuo entre os mesmos com as bandas e sobre o futuro do Metal Catarinense.
A correria incessante nos
dividia em acompanhar as bandas, tirar fotos e gravar vídeos comumente
registrar os mínimos detalhes do evento. A Tressultor foi a encarregada por
fechar á noite. Os músicos de São Bento do Sul- SC não deram sossego para o
público e impuseram seu Thrash Metal com riffs agressivos, céleres e rápidos.
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Tressultor (SC) |
Antes de acabar a noite,
pudemos encontrar o idealizador do Heavy Metal Online, Clinger Carlos Teixeira
que saiu de Minas Gerais para fazer a cobertura do evento. O mineiro amante do
Metal Brasileiro estava muito contente pela recepção, surpreso pela qualidade
das bandas e ansioso para divulgar seu projeto sobre “Fascismo e Nazismo na
Cena”.
Sábado
Após imprevistos como “perder
o colchão inflável” tivemos uma mudança de planos e chegamos atrasados ao
evento, impossibilitando de acompanhar os workshops de bateria de Carlão Fernandes
(Khrophus) e João Ortiz (Frade Negro).
No entanto, a primeira banda a
se apresentar no sábado, foi a lageana Jhonny Bus que trouxe releituras de clássicos,
músicas autorais como “Shadow Walker” e a experiência de mais um OTA na
bagagem.
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Jhonny Bus (SC) |
Com a abertura da sala de
entrevistas, havia mais um motivo para o desdobramento entre o pavilhão e o
Jeep Clube (Espaço de imprensa preparado para receber às bandas que se
apresentavam no evento). Lá no palco, a Rest In Chaos impressionava, seja pelos
excelentes equipamentos, pelo entrosamento e principalmente pela mescla entre o
Hardcore, o Thrash e o Death Metal, totalmente sem estereótipos fazendo com
quem o ouvisse criasse sua própria percepção.
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Rest In Chaos (SC) |
A fotógrafa Vanessa Boettcher estava
na cobertura pelo CEP e também pôde dividir experiências de festivais, do
cenário e das mídias. Além disso, apresentou-nos o frontman da Opus Tenebrae,
Roberto Opus com que gentilmente concedeu um adesivo do grupo e um disco para
resenha.
Enquanto isso, a Spiritual
Devastation trazia na íntegra o álbum “War And Peace” no setlist. O grupo de
Lages- SC deu abertura às primeiras rodas e do início ao fim exibiu a velha
chama do Thrash Metal oitentista. Com uma formação diferente, Thiago Tigre (Ex
Neófito) pôde complementar à sonoridade linhas de baixo densas e técnicas.
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Spiritual Devastation (SC) |
A Frade Negro foi a quarta
banda a se apresentar. A banda sul jaraguaense com 15 anos de estrada retornava
ao Otacílio, e nesse reencontro personificou-se o peso, a coesão, e os vocais energéticos
de Rodrigo Santos. É claro que não
faltaram os clássicos, uma vez que os músicos mesclaram faixas do “Black Souls
In The Abbys” e do mais recente “The Attack Of Damned”.
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Frade Negro (SC) |
Lá do Jeep Clube podemos ouvir
uma espécie de destruição, riffs com uma velocidade surreal e no momento que chegamos
ao pavilhão, a Chaos Synopsis era quem presenteava com esses aditivos. O grupo
paulista fez uma catástrofe no fest, a partir disso foram feitos vários moshes
e rodas que levantavam quem estava próximo.
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Chaos Synopsis (SP) |
Dessa vez, quem assumiu o
palco do OTA foram as mídias independentes e a imprensa especializada do fest.
Além de nós, o CEP estava lá com Jonathan Dino e Vanessa Boettcher e o Heavy Metal
Online pelo Clinger Carlos Teixeira.
A Posthumous que nada tem a
ver com isso foi a sexta se exibir no sábado. A banda de Death/Black Metal
praticamente fincou suas raízes, mesmo com alguns problemas técnicos. A cada
música, uma sensação díspar, pois ali estavam gerações diferentes que
reproduziam as canções do renomado disco “My Eyes They Bleed” e faixas do novo
trabalho em desenvolvimento. Os criciumenses conseguiram atrair a atenção dos
metalheads que ajudavam R.Satan a cantar os clássicos do grupo, como “Final Sacrifice”, “Fuckhrist” e “Crowley Hordes Attack”.
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Posthumous (SC) |
Em virtude da realização das
entrevistas, organização das fotos e vídeos através do computador, perdemos boa
parte do show da Genocídio. Entretanto, pudemos acompanhar uma grande presença
do público, praticamente lotando o pavilhão e rodas incessantes ao longo das
últimas canções.
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Genocídio (SP) |
A hora mais esperada chegou, a
primeira apresentação da banda norte-americana no Brasil, e exclusivamente para
Otacílio Costa- SC. Com um pequeno atraso, o Whiplash subiu ao palco da Fazenda
Cambará. O show do grupo foi marcado pela preservação dos clássicos, por
algumas faixas do “lado b” e principalmente pelo carisma dos músicos que
durante a exibição, presenteavam os seus fãs com camisetas e palhetas. O frisson
exalava no fest e o enigmático Tony Portaro mostrava que ainda estava em forma
ao fazer solos descomunais e movidos a celeridade habitual.
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Whiplash (EUA) |
A Final Disaster de São
Paulo- SP teve a difícil tarefa de segurar os metalheads depois do show dos norte-americanos.
O que se pôde ver no show dos paulistanos foi uma qualidade única, uma notória
presença de palco de Laura Borssatti, a interação de Kito Vallim e um hermetismo
de elementos visuais, sonoros e consequentemente da difusão do hidromel do
grupo.
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Final Disaster (SP) |
Com a parceria de Rubens Silva
(Acidemia e Maquinários), contamos com a ajuda para registrar o show da
Krucipha. De acordo com o músico, o show dos paranaenses foi mais rápido que os
demais em relação à duração, obteve algumas falhas técnicas no início da
performance, mas que rapidamente foram sanadas e deram lugar à pancadaria, a
riffs velozes e a um brutal “Wall Of Death”.
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Krucipha (PR) |
A Carniça se apresentou pela
segunda vez em SC. O grupo originário de Novo Hamburgo - RS mostrou que o Death
Metal consegue ter várias facetas, seja pela similaridade com o Kreator em
certas canções, em outras pela forte característica de Slayer ou até mesmo pela
presença de um Heavy Metal Clássico. No entanto, o que funde ao instrumental
são as letras que abordam assuntos ligados ao RS como na canção Carniça e
elementos sociais nas restantes. Obviamente, não poderia deixar de citar a
reprodução do clássico “Midnight Queen” responsável por um coro e um grande
mosh no fim da apresentação.
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Carniça (RS) |
A Angry encerrou às atividades
do sábado, quem estava presente no show dos paulistas notou que o horário, o
cansaço e o público mais escasso não foram fatores que atrapalhassem a
performance dos músicos. Foi um “descarrego” de potencialidades, riffs rápidos
e de clássicos como “Future Chaos”.
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Angry (SP) |
Domingo
A primeira banda a se exibir
foi a XEI & Sons In Black de Florianópolis, infelizmente não conseguimos
acompanhar a apresentação dos músicos. No entanto, a segunda banda do dia foi a
criciumense Silent Empire que fez o seu Death Metal tomar conta de quem acordava.
A sonoridade ia de encontro com Gorefest e Massacre, vocais mórbidos, instrumental
sólido e cru e claro as baquetadas descomunais de Israel Horstmann. Cabe
destacar às canções “Among The Wolves”, “Hail The Legions” e “Destroy Doctrine Divine”.
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Silent Empire (SC) |
O Subsolo também marcou presença através de Sidney Oss Emer da banda OmniFarious. No intervalo dos shows, o blumenauense nos levou até seu
acampamento e lá juntamente com Thiago Correa (Festival Winter Knights) falamos
a respeito do cenário do Oeste Catarinense, das edições anteriores do fest de
Campos Novos- SC e sobre os principais empecilhos enfrentados em um evento.
Todavia, a Witches Town estava
na metade de sua exibição. O grupo composto por músicos conhecidos e
provenientes de outras bandas como Fuzilador, Mr Fear e Reggrety fizeram com
que o Heavy Metal predominasse do início ao fim através das suas músicas
autorais.
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Witches Town (SC) |
Quando a Syn Tz surgiu no
palco, os metalheads pouco a pouco surgiam para assistir à apresentação dos
balneariocamboriuenses. O grupo é um dos mais notáveis de SC, em sua forte
característica tem a intensa presença de palco de Jay, os riffs agressivos de
Marcos Aurélio Girardi e a sincronia entre baixo e bateria. Os fãs presentes, a
cada canção cantavam os clássicos do grupo, principalmente “Louder”, “Mirror” e
“The Decline”.
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Syn Tz (SC) |
A Metal Gods foi a única
representante de tributo/cover. O grupo florianopolitano fez uma ótima
performance com canções da banda inglesa Judas Priest.
Tinha que ter “prata da casa”
e teve. A Legado Frontal de Otacílio Costa- SC mostrou que o Metalcore ainda
está vivo no âmago dos músicos. A banda mesclou músicas autorais e covers de
grupos referências para os mesmos.
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Legado Frontal (SC) |
Uma das apresentações
mais esperadas, a Hillbilly Rawhide era uma das headliners do evento. Os
músicos paranaenses trouxeram o Country Rock para catalisar os nervos dos já cansados
headbangers. Com direito a banjo e a violino exibiram seus hits “Cavaleiros da
Morte”, “Uma Cachaça, Uma Cerveja e Um Remedinho”, “Vida de Bandoleiro” e com
gritos contínuos do público, a preciosa “O Enxofre e a Cachaça”. O encerramento
do OTA fez com que a multiculturalidade estivesse presente durante todo o fest
e a pluralidade de ritmos personificasse a essência que mantém 13 anos viva no
underground do Sul Brasileiro.
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Hillbilly Rawhide |
Up
Rock
O estado de SC tem como
característica a difusão de festivais e eventos com camping, ampla estrutura e
a conexão com a natureza. No entanto, uma ideia surgida a partir de Adriano
Ribeiro (Khrophus, River Rock) fez com que organizadores de festivais se
reunissem para manter um elo, estruturar e ampliar a imagem de SC no Metal
Brasileiro.
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Up Rock (SC) |
Com isso, na noite de sábado
integrantes do coletivo subiram ao palco do OTA e lá expuseram seus projetos,
suas ideias e um pouco sobre o futuro dessa reunião. Estiveram presentes, Danniel
Bala (Agosto Negro e Laguna Metal Fest), Denilson Luís Padilha (Otacílio
Rock Festival), Ivan Fabio Agliatti (United Forces Fest), Cleiton Falcaozinho e
Tailana Furni (Rock In Hell Do Campo), Adilson Frenzel (River Rock Festival),
Marcos Valério (Iceberg Rock Fest) e Ana Carla Gabriel e Karen Schneider
(Um Dia Livre Rock Festival).
Bandas
presentes
Hoje para se fazer um festival,
são necessários muitos fatores e um deles é o de público. E para ser justo, tem
que lembrar as bandas presentes no evento que mesmo sem ter se apresentado,
estiveram apoiando trazendo integrantes para contribuir com o evento.
Algumas das bandas são Acidemia, Cerebral Cannibal, Imago Mortis, Jelly Shots, Lacrimae Tenebris, Malice
Garden, Maquinários, OminiFarious, Opus Tenebrae, Overblack, Red Razor, Rhestus,
Simphony Draconis, Somberland, They Come Crawling, Verbal Attack, Volkmort e Vultorn. (se
sua banda esteve no evento, nos contate que divulgaremos)
Experiências
Na 13° edição do Otacílio Rock
Festival, uniu diversas tribos, distintos costumes, variados sotaques e uma única
similaridade, o amor ao Rock/Metal e aos tradicionais eventos de camping.
Em conversa com um motociclista
de Rio Claro- SP, o mesmo explicitou a honra de viajar 1000 km até o festival.
Com um grupo de amigos do moto clube, ele veio pela primeira vez e se
surpreendeu com a quantidade de pessoas, com as bandas que se apresentaram e
pela simplicidade e acolhimento dos otacilienses.
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