terça-feira, 26 de março de 2019

Chaos Synopsis: A representação de seres mitológicos através de “Gods Of Chaos”


A banda paulista Chaos Synopsis se apresentou na última edição do Otacílio Rock Festival. O vocalista Jairo Vaz Neto nos concedeu uma entrevista e entregou-nos o disco “Gods Of Chaos” para fazer a resenha.

O grupo de Death Metal surgiu em 2006 na cidade de São José dos Campos- SP e possui em sua discografia, quatro discos lançados, “Kvlt Ov Dementia”, “Art Of Killing” e “Season’s Of Red” e o material que foi nos disponibilizado.

O “Gods Of Chaos” lançado em 2017, foi mixado no Coruja Estúdio, produzido por Friggi Mad Beats e masterizado por Neto Grous. A arte do trabalho ficou por conta de Rafael Tavares e Jairo Vaz. O álbum obtém dez faixas, “Raising Hell”, “Storm Of Chaos”, “Black God”, “Serpent In Flames”, “Opposer Of Gods”, “The Best That Sieges Heaven”, “Sixteen Scourges”, “Badlands Terror”, “Gods Of Chaos” e uma faixa especial “Cocaine”.

Foto 1: Metal Archives da Banda
O material mantém figuras mitológicas, uma grande produção gráfica, fotos dos integrantes e o misticismo habitual nos discos da Chaos Synopsis. “Raising Hell” introduz o full length, a música começa com um instrumental constante e aos poucos alterna-se a sequências de riffs rápidos e céleres. A composição é baseada na poesia “Satanic Triad” de Jairo Vaz, avô do vocalista, a mesma ressalta um sonho recheado de acontecimentos, o que remetem a questionamentos do poder do homem e a hipocrisia religiosa.

A segunda música “Storm Of Chaos” é bem didática, enfatiza os deuses da mitologia dos Taínos, religião haitiana extinta devido a varíola e à colonização espanhola. Na composição, a figura de Coatrisquie (Deusa da Chuva), Guabancex (Deusa da Tempestade) e Guatauva (Deus do Trovão) se expandem e juntos trazem o caos. A sonoridade mantém um instrumental pesado e encorpado, preconizando os pilares do Death Metal e os solos harmônicos do Heavy Metal.



“Black Dog” começa com riffs incessantes, forte influência da bateria e novamente a agressividade em jogo. A misantropia é caracterizada na figura de Czernobog (Deus do Mal), proveniente da cultura eslava e pagã. Ele como encarnação da maldade seria incumbido de trazer todas as tragédias para o mundo.

A quarta faixa é “Serpent In Flames” que demonstra uma sonoridade mais fúnebre e síncrona, o que a torna como uma das mais cadenciadas do disco. “Who dares look at him?”, com essa frase questiona-se o poder do Leviathan (A figura das águas), a serpente que os judeus mais temem. A letra expõe os trejeitos e a personificação do símbolo da mitologia judaica, que traz a desgraça sobre a Terra.



“Opposer Of Gods” evidencia o que se pode tornar já nos segundos iniciais, uma sonoridade harmônica dá lugar a um instrumental cru e insólito complementados a vocais mórbidos. Isso se configura como encaixe perfeito à composição, uma vez que a mesma trata de Seth (Deus Egípcio), o imaculado senhor do caos, do deserto e da tempestade que governará o Rio Nilo.

A sexta canção é “The Beast That Sieges Heaven”, uma das melhores do full length. Bem trabalhada, coesa e sólida, ela explicita a história de Typhoon (Deus da Seca). Alto, ultrajante, sombrio e insano, o filho de Gaia e Tártaro vomita chamas e exibe a catástrofe.

Com 04:04 min, “Sixteen Scourges” expõe um instrumental constante, uma sonoridade agressiva e vocais firmes e graves de Jairo Vaz. A composição enfatiza Ahriman (Deus das Trevas, Destruição, Do Mal e da Desordem), símbolo muito conhecido na religião persa do Zoroastrismo. Ao lado de Daeva, traz a sodomia, as pragas e a escuridão que o personificam como o “destruidor de todos”.

“Badlands Terror” compreende o peso habitual do Chaos Synopsis, ela é densa, sólida, e possui um instrumental célere e caótico, além de um solo descomunal. A mitologia Dakota aparece na letra pela figura representativa de Unhcegila, serpente responsável por desaparecimentos e mortes inexplicáveis.

O encerramento do disco ficou por conta da música homônima “Gods Of Chaos”. A faixa mostra uma sonoridade incessante, a qual remete uma atmosfera sombria, carregadas e ímpar. A composição enfim, encerra com a junção dos deuses da destruição que são representando através do caos.

Como faixa-bônus, os músicos exibem “Cocaine”, um cover da renomada banda paulista Andralls. A música pesada e com um instrumental cru exprime o descontrole e a fuga da realidade através da Cocaína.

Formação Atual:
Jairo Vaz (Vocal e Baixo)
Friggi Madbeats (Bateria)
Luiz Ferrari (Guitarra)
Diego Sanctus (Guitarra)

Plataformas Virtuais:


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