A banda paulista Chaos Synopsis
se apresentou na última edição do Otacílio Rock Festival. O vocalista Jairo Vaz Neto nos
concedeu uma entrevista e entregou-nos o disco “Gods Of Chaos” para fazer a
resenha.
O grupo de Death Metal surgiu
em 2006 na cidade de São José dos Campos- SP e possui em sua discografia,
quatro discos lançados, “Kvlt Ov Dementia”, “Art Of Killing” e “Season’s Of Red”
e o material que foi nos disponibilizado.
O “Gods Of Chaos” lançado em
2017, foi mixado no Coruja Estúdio, produzido por Friggi Mad Beats e
masterizado por Neto Grous. A arte do trabalho ficou por conta de Rafael
Tavares e Jairo Vaz. O álbum obtém dez faixas, “Raising Hell”, “Storm Of Chaos”,
“Black God”, “Serpent In Flames”, “Opposer Of Gods”, “The Best That Sieges
Heaven”, “Sixteen Scourges”, “Badlands Terror”, “Gods Of Chaos” e uma faixa
especial “Cocaine”.
Foto 1: Metal Archives da Banda |
O material mantém figuras mitológicas,
uma grande produção gráfica, fotos dos integrantes e o misticismo habitual nos
discos da Chaos Synopsis. “Raising Hell” introduz o full length, a música
começa com um instrumental constante e aos poucos alterna-se a sequências de
riffs rápidos e céleres. A composição é baseada na poesia “Satanic Triad” de
Jairo Vaz, avô do vocalista, a mesma ressalta um sonho recheado de
acontecimentos, o que remetem a questionamentos do poder do homem e a
hipocrisia religiosa.
A segunda música “Storm Of
Chaos” é bem didática, enfatiza os deuses da mitologia dos Taínos, religião
haitiana extinta devido a varíola e à colonização espanhola. Na composição, a
figura de Coatrisquie (Deusa da Chuva), Guabancex (Deusa da Tempestade)
e Guatauva (Deus do Trovão) se expandem e juntos trazem o caos. A sonoridade
mantém um instrumental pesado e encorpado, preconizando os pilares do Death
Metal e os solos harmônicos do Heavy Metal.
“Black Dog” começa com riffs
incessantes, forte influência da bateria e novamente a agressividade em jogo. A
misantropia é caracterizada na figura de Czernobog (Deus do Mal), proveniente da
cultura eslava e pagã. Ele como encarnação da maldade seria incumbido de trazer
todas as tragédias para o mundo.
A quarta faixa é “Serpent In
Flames” que demonstra uma sonoridade mais fúnebre e síncrona, o que a torna como uma das mais cadenciadas do disco. “Who dares look at him?”, com
essa frase questiona-se o poder do Leviathan (A figura das águas), a serpente que
os judeus mais temem. A letra expõe os trejeitos e a personificação do símbolo
da mitologia judaica, que traz a desgraça sobre a Terra.
“Opposer Of Gods” evidencia o
que se pode tornar já nos segundos iniciais, uma sonoridade harmônica dá lugar
a um instrumental cru e insólito complementados a vocais mórbidos. Isso se
configura como encaixe perfeito à composição, uma vez que a mesma trata de Seth
(Deus Egípcio), o imaculado senhor do caos, do deserto e da tempestade que
governará o Rio Nilo.
A sexta canção é “The Beast
That Sieges Heaven”, uma das melhores do full length. Bem trabalhada, coesa e sólida,
ela explicita a história de Typhoon (Deus da Seca). Alto, ultrajante, sombrio e
insano, o filho de Gaia e Tártaro vomita chamas e exibe a catástrofe.
Com 04:04 min, “Sixteen
Scourges” expõe um instrumental constante, uma sonoridade agressiva e vocais firmes
e graves de Jairo Vaz. A composição enfatiza Ahriman (Deus das Trevas,
Destruição, Do Mal e da Desordem), símbolo muito conhecido na religião persa do
Zoroastrismo. Ao lado de Daeva, traz a sodomia, as pragas e a escuridão que o
personificam como o “destruidor de todos”.
“Badlands Terror” compreende o
peso habitual do Chaos Synopsis, ela é densa, sólida, e possui um instrumental
célere e caótico, além de um solo descomunal. A mitologia Dakota aparece na
letra pela figura representativa de Unhcegila, serpente responsável por
desaparecimentos e mortes inexplicáveis.
O encerramento do disco ficou
por conta da música homônima “Gods Of Chaos”. A faixa mostra uma sonoridade
incessante, a qual remete uma atmosfera sombria, carregadas e ímpar. A composição
enfim, encerra com a junção dos deuses da destruição que são representando
através do caos.
Como faixa-bônus, os músicos
exibem “Cocaine”, um cover da renomada banda paulista Andralls. A música pesada
e com um instrumental cru exprime o descontrole e a fuga da realidade através da
Cocaína.
Formação Atual:
Jairo Vaz (Vocal e Baixo)
Friggi Madbeats (Bateria)
Luiz Ferrari (Guitarra)
Diego Sanctus (Guitarra)
Plataformas Virtuais:
Facebook: https://www.facebook.com/chaossynopsis/
Metal Archives: https://www.metal-archives.com/bands/Chaos_Synopsis/63568
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