O
vocalista e guitarrista Mutant Cox nos concedeu uma entrevista sobre a
trajetória, experiência, cenário e novos projetos.
Foto 1: Facebook da Banda |
Mutant Cox: Nós é que agradecemos pelo espaço! Sim, acho que pode se dizer que fomos os primeiros a fazer essa mistura do Country com Rock n Roll no Brasil, dessa forma como fazemos.
Começamos
de uma maneira bem crua, na raça, tocando basicamente versões de Country Music,
Psychobilly, Rock n Roll e fomos desenvolvendo aos poucos o estilo da banda e
cada um no seu instrumento. E o que mais ajudou realmente foi a estrada, a
constância de shows que sempre fizemos muito desde o começo da banda, sempre
viajamos muito e tocamos fixo toda semana por uns 15 anos em Curitiba. Então,
isso acho que é a melhor forma de firmar uma banda, entrosamento e tudo mais!
Sobre
o estilo em questão, quais foram as principais dificuldades que vocês tiveram
para expandir o Country Rock no país?
Mutant
Cox:
Dificuldade maior para nós, talvez seja um pouco de preconceito que algumas
pessoas tenham pelo fato de tocarmos de chapéu, ou de sermos muito pesados...
aquela história, muito Country para ser Rock, ou muito Rock pra ser Country! (risos)
Mas no
fundo mesmo para mim, acho que isso não importa. Geralmente, as pessoas gostam
da gente por se sentirem bem com nossa música ou se identificarem, independente
de estilo, ou não, no caso tem várias pessoas que apreciam e vivem
especialmente o nosso estilo de vida ou algo parecido. E isso também é muito
legal! Mas respeitamos a todos, e sempre tivemos em vários tipos de ambientes,
cena, etc.
Isso
sempre fez parte de nossa história, a diversidade. E quanto ao estilo acho até
que conseguimos expandir bastante. Criamos uma certa leva de pessoas, de várias
tribos e estilos, que segue a gente sempre que podem, e várias bandas também
que começaram a tocar algo próximo ao nosso estilo pelo país todo. E isso é
muito bacana. Ainda vamos tocar muito por esse país também!
No
Paraná, há uma espécie de Nashville brasileira. Bandas como vocês, Old Them
Crap, Fabulous Bandits e Tiregrito são alguns nomes que surgiram com o estilo
em comum. Há algum contato entre vocês e parceria?
Mutant
Cox:
Há sim, claro! Conhecemos todos eles. E tocamos junto várias das vezes que
vamos tocar pela região deles e vice-versa. Sempre nos encontramos por essas
estradas da vida! O Eduardo Ribeiro inclusive, que é do Them Old Crap, está
tocando banjo e violão com a gente há mais de um ano. E já recrutou nosso
baixista Osmar Cavera para tocar com eles também!
O
primeiro material “High On The Road” divulgado em 2005 marcou o início do grupo
com composições autorais difundidas. O que esse trabalho trouxe para a continuidade
do projeto?
Mutant
Cox:
Esse é nosso primeiro lançamento, o famoso EP da latinha. Pois fazíamos as
cópias numa forma bem caseira e cada um vinha numa latinha de ferro verde, com
alguns brindes dentro dela, além do CD é claro, que sempre vinha adesivado como
se fosse um vinil.
E
contém nele, a faixa título "High on the Road", nossa primeira música
autoral com letra (pois a instrumental "Fugindo com a Pacoteira" foi
nossa primeira música própria), uma versão para o clássico de George Jones
"White Lightning".
Essa canção
foi a nossa primeira gravação, que entrou na época também num tributo que saiu
na Alemanha ao Frantic Flintstones, banda inglesa de Psychobilly dos anos 80. Inclusive
poucos anos depois, toquei baixo acústico com eles por alguns anos e o último
com parte do Hillbilly Rawhide na formação, chegamos até a gravar um álbum com
essa formação aqui em Curitiba e lançar em uma turnê na Europa.
E esse
primeiro lançamento foi o impulso e também início de trabalhos de gravação e
mixagem do nosso primeiro full album!
Em
2007, fora lançado o álbum “Ramblin' Primitive Outlaws”, o qual misturavam
canções em português e inglês com tons humorísticos do cotidiano. Qual a
experiência de ter em seu primeiro registro a difusão de um selo alemão?
Mutant
Cox:
Esse disco foi fundamental na nossa história! Pois estávamos já tocando com a
banda a uns 3 anos e ainda não tínhamos um álbum. Também não tínhamos tantas
músicas próprias, por isso até que ele além de misturar português com inglês,
também mistura próprias e versões, como Johnny Cash, George Jones, Tall Boys,
ou a clássica Rawhide! E foi lançado antes na Alemanha pelo selo de Psychobilly
e Rockabilly: Crazy Love Records.
E
pouco tempo depois no Brasil pela Funeral Music, que era na época o selo do
Vladimir Urban, meu parceiraço de mais de 20 anos em outras duas bandas minhas,
Os Catalépticos e Sick Sick Sinners! Lançamos em um show histórico no Psycho
Carnival na época. Festival que acabamos de completar 20 anos todo carnaval em
Curitiba! Ele também é organizado pelo Vladimir junto com o batera do Sick Sick
Sinners, o Neri (Orleone Recz). Que também lançou nosso segundo lançamento, o
EP "F.N.M.", o famoso "fenemê", que contém talvez nosso
maior clássico, "O Enxofre e a Cachaça"!
Um
dos maiores sucessos do grupo, “O Enxofre e a Cachaça” foi lançado em 2008 no
Ep “FNM”. A música rapidamente ganhou notoriedade e levou grupo a ser
reconhecido em todo o país. Como foi o procedimento de criação da mesma?
Mutant
Cox:
Essa música foi composta na verdade por outro parceiraço meu e da banda por
toda nossa história também, o Ademir Tortato, vocalista e compositor do grande
Ovos Presley, banda lendária do Psychobilly curitibano.
E eu
na verdade ajudei ele com uma coisa ou outra só para finalizar a música. E
assim que tocamos no primeiro ensaio dela, já saiu do jeito que ela é! E desde
então sempre foi uma das músicas mais fortes e mais pedidas nos nossos shows,
já era um 'clássico' desde o começo!
Depois
disso, fora divulgado o álbum “Lost And Found” que trouxe à tona outro hit dos
paranaenses, “Cavaleiros da Morte”, música que enfatiza histórias do estado do
Paraná e sua cultura em geral. A inspiração para elaboração dela e de outras
canções com a mesma temática partem de qual pressuposto?
Mutant
Cox:
O "Lost and Found" foi lançado numa época em que estávamos a algum
tempo sem lançar algo novo, mas tínhamos algumas músicas e repertório novo para
gravar, então fizemos uma gravação ao vivo em parceria com o estúdio Audio
Ataque em Curitiba.
E
contém também a primeira gravação de outro 'clássico' nosso, "Cavaleiros
da Morte". Que é inspirada na história do Cerco da Lapa, uma guerra que
aconteceu por aqui na região dos Campos Gerais no final dos anos de 1.800. E
foi uma guerra muito sangrenta, que poucos sabem da história no resto do país.
Achamos um tema muito forte também e importante de relembrar. Então nosso
violinista Mark Cleverson veio com a ideia e a composição dessa música.
De
2012 para cá, três novos discos e algumas músicas inéditas, além da menção
honrosa para o videoclipe de “O Enxofre e a Cachaça”. Isso proporcionou uma
rápida ascensão ao patamar de ser um dos grupos mais respeitados do PR. Como
foi a sensação de tocar pela primeira vez no Otacílio Rock Festival?
Mutant
Cox:
Exatamente, depois de tudo que lançamos, lugares que tocamos depois disso, a
banda só ganhou mais respeito, e acho que merecido, pois a gente batalha
demais! Estamos sempre tocando, viajando e lançando nosso material aonde
podemos! Acho muito importante o reconhecimento e respeito que estamos tendo!
Só nos dá mais força e inspiração pra seguir em frente e fazer muito mais!
E
tocar no Otacílio Rock Festival foi como mais uma dessas etapas, desses passos
que damos, pois era um festival que já conhecíamos pelo nome, primeiro porque
sei que algumas outras bandas de Curitiba já tocaram antes e porque também
somos fãs do bom e velho Metal! Então para nós foi além de um prazer, uma
grande honra fazer parte de um festival basicamente de Metal! Nos sentimos em
casa também!
Quais
os novos projetos da banda.
Mutant
Cox:
A meta no momento é continuar divulgando nosso sétimo álbum "My name is
Rattlesnake" por onde pudermos! E temos tocado bastante, muitos lugares
pelo país afora, e agora em julho e agosto desse ano estaremos lançando ele
numa turnê na Europa, passando por quase 10 países, começando no festival
Psychobilly Meeting.
Foto 2: Facebook da banda |
Um dos
maiores festivais de Psychobilly que acontece todo ano no litoral espanhol,
próximo à Barcelona. E nessa edição tocaremos numa noite especial 'brasileira'
em homenagem aos 20 anos do Psycho Carnival! Inclusive eu também estarei
tocando na mesma noite com minhas outras duas bandas, Sick Sick Sinners e Os
Catalépticos, junto também com nossos comparsas do Mullet Monster Mafia, de
Piracicaba/SP, que também estarão em turnê pela Europa na mesma época! Também
pretendemos expandir mais as turnês!
Formação
Atual.
Mutant
Cox:
Hoje contamos com Juliano Cocktail na bateria, Eduardo Ribeiro no banjo, violão
e voz, e o mesmo trio base que originou o Hillbilly Rawhide final de 2002,
Osmar Cavera no baixo acústico, Mark Cleverson no violino, e eu Ricardo
"Mutant Cox" Huczok na voz, guitarra e violão.
Plataformas
Virtuais:
Mutant Cox:
Instagram:
http://www.instagram.com/hillbillyrawhide
E-mail:
hillbillyrawhide@gmail.com.
Contato
para shows pode ser com Orleone Recz no Facebook ou pelo email:
sentaaporva@gmail.com. Ou com nossos contatos mesmo.
Um
recado para quem nos acompanha.
Mutant
Cox:
Muito obrigado a todos da Urussanga Rock Music e do Otacílio Rock Festival!
Principalmente por manter a cena viva! Longa vida e espero poder voltar tanto
com o Hillbilly Rawhide como também com minhas outras bandas! Será sempre uma
honra!
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