A banda Hellcat Empire formou-se na cidade de Itapira,
interior de SP, terra do primeiro capitão campeão mundial pelo Brasil, o
saudoso Beliini. Em meados de 2017, juntando integrantes que já passaram por
bandas como Take Me Back, Julgamento, Burlesque Playhouse, Coraziones
Venenosos, decidiram formar uma banda com influência de Punk 77, Street Punk e
West Cost Hardcore.
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Foto 1: Facebook da Banda |
Primeiramente
nos fale como está a banda hoje, como foi a repercussão dos dois singles
virtuais lançados por vocês nesse tempo e o que há de novo para o futuro dos
gatos?
Hellcat
Empire: Estamos ensaiando periodicamente e também compondo novas
músicas. A repercussão dos dois singles foi muito positiva, temos a expectativa
de lançar mais alguns singles, ou talvez um álbum neste ano.
A
banda sonoramente tem uma pegada muito boa, transitando entre o Street Punk,
Punk 77 e no que chamamos de West Coast Hardcore e até notamos uma inspiração
da Pat Smith, visto na frase da música “Together In The Streets”. Nos fale,
quais bandas influenciam vocês dentro do Hardcore Punk e também fora dele.
Vocês acreditam que também ter e mostrar influencias fora do Hardcore Punk se
torna algo mais produtivo e positivo para vocês?
Hellcat
Empire: É complicado apontar uma banda ou outra que possa ter uma
influência significativa naquilo que compomos. Neste sentido, até mesmo em nosso
release optamos por não sermos objetivos - de forma geral, o que influencia a
nossa sonoridade é o Punk Rock! Nada
mais fora deste contexto.
Há
uma significativa crítica social e política em suas letras, principalmente
dentro do contexto em que nosso país vem passando desde 2016, onde se
intensificou mais uma cultura de ódio, neofascismo, e um trabalho intenso para
desqualificar os direitos sociais, e também trouxe à tona a sombra do
totalitarismo que o pais viveu em 1964. Enfim,
um presidente que representa esse ideal foi eleito e está no poder, junto com
seus políticos, os porta vozes de tudo isso que vem acontecendo. Na música “The Raven” vocês cantam sobre esse
problema, sobre o vírus fascista estar emergindo com força, mas parece que as
pessoas não compreenderam essa situação. Qual a visão de vocês hoje em 2019
sobre isso?
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Foto 2: Facebook da Banda |
HellCat
Empire: A cadela do fascismo está sempre no cio, não esqueçamos
disso. Não é uma situação que vem do agora... subestimamos o então candidato a
presidente pela sua imbecilidade e olha onde estamos hoje. Nossa proposta é o
combate no dia-a-dia e também através das nossas músicas, que não tem razão de
existir se não for para bater de frente com tudo isso.
Por
falar em conservadorismo e fascismo, Itapira é uma cidade onde 80 % dos votos
foram para o atual presidente. Nos fale como é ter uma banda de Rock e
consequentemente de Hardcore Punk nessa cidade? Como é viver dentro de uma
sociedade que já tem um histórico racista, conservador que ultrapassa séculos,
e como se comportam os “rockers” em Itapira, se põem-se como contestadores
dessa realidade?
Hellcat
Empire: Não necessariamente em nossa cidade, ter uma banda Punk,
que traz consigo o viés contestador, de certa forma incomoda algumas pessoas.
Para gente é se sentir vivo, estar um pouco mais ativo por tudo aquilo em que
acreditamos. Viver no Brasil é uma luta diária contra tudo que você citou e
tantas outras coisas podres e doentias que estão aí. As pessoas que de certa
forma estão inseridas em uma cena, no caso a nossa, e não compreendem tudo que
está por trás da música, lamentamos. Entristece e também causa revolta, é o que
sentimos. Mas não cabe a nós e nem a ninguém fazer juízo de valor - e isso não
significa passar pano para quem quer que seja.
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Foto 3: Facebook da Banda |
Voltando
a falar da banda, ouvindo a música de vocês assim como nos shows há uma energia
incrível, e uma química fantástica de entrosamento, as alternâncias dos vocais
ficaram perfeitas, assim como os singalongs e os instrumentais. Como se dá o
processo de composição e de onde vem tanta energia contagiante que vocês
colocam em suas músicas?
HellCat
Empire: Nos conhecemos há bastante tempo, temos uma ligação muito
forte que vai além da música e do ambiente em que ela está inserida. Devido a isso
as composições surgem naturalmente no decorrer dos ensaios, onde cada um traz a
sua experiência e as músicas vão acontecendo
Muito
tem mudado em relação ao underground vivido por exemplo na década de 90 e na
atual. Sei que vocês passaram por algumas dessas décadas, vivenciaram essa
modificação tecnológica e virtual que acaba atingindo o cenário. Plataformas
virtuais, blogs, vídeos, vocês acham que isso de alguma forma tem atrapalhado
ou ajudado às bandas? E assim, ainda é possível manter formatos de divulgação
mais analógica como vinil e CD ou produzir fanzines impressos? Também gostaria
da opinião de vocês sobre os eventos nos dias atuais, visto que há uma certa
escassez de público, o que vocês acham que influencia esse fenômeno?
Bom
meus amigos, agradeço muito ao tempo cedido para o blog Urussanga Rock, e fica
um espaço final para dizerem algo mais as pessoas que acompanham o blog.
HellCat
Empire: “All together, all
together, we are one, we are one! AlI together, all together, we will never
walk alone!!! (Música Free – e adoro esse som).
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