Cartaz |
Já na parte da manhã juntamente com alguns amigos, a Urussanga Rock Music se deslocou da cidade de Lages - SC para o fest. Pouco mais de 40 minutos separam os dois municípios que juntos estão inclusos, na gelada Serra Catarinense.
No entanto, ao chegar ao Otacílio Rock Festival foi
possível se deparar com um clima bem ensolarado, perfeito para acampar e poder
aproveitar o evento sem preocupação com chuvas. A Fazenda Cambará (local onde
acontece o festival) já possuía um bom público, mesmo antes das apresentações. Isso
também se deve ao fato de vários ônibus, que consigo traziam headbangers de todo o Brasil, sejam elas
excursões de SC, RS, PR, SP ou MG.
Enquanto isso, o palco estava sendo preparado
antecipadamente e de forma muito organizada por roadies e equipe técnica da Armored Dawn, que se
apresentaria no sábado à noite. Em conversa com Phill Lima (tour manager e mentor do Over Metal), o
produtor cedeu algumas dicas relacionadas a desenvolvimento de festivais. Além
disso, ele também expôs sua visão sobre o OTA, que de acordo com Phill se
figura entre os principais fests do
Brasil e também mantém seu público a cada edição.
A Overblack pontualmente subiu ao palco do Otacílio Rock
Festival, o grupo blumenauense fez um repertório apenas de canções autorais e exibiu
seu álbum “Still Burns”. Muito peso, agressividade e a celeridade de sempre
marcaram a exibição dos músicos.
Overblack (SC) |
De Timbó - SC, a Volkmort extasiou os presentes no evento e
fincou seu Doom com presença nítida do Death/Black Metal. Mesmo com alguns
pequenos problemas de retorno, por parte da sonorização, os músicos esboçaram a
obscuridade, solidez e o experimentalismo natural nas suas apresentações.
Volkmort (SC) |
Mais de 1300 km separam Belo Horizonte - MG de Otacílio
Costa, e mesmo assim juntamente com sua excursão, os amigos Romagno e Karlon se
surpreenderam com a estrutura do evento, que os remeteu ao tradicional Roça in
Roll.
A Suburban Bastards subiu ao palco com atraso devido a
problemas relacionados à van que os locomoveu. Isso foi um aditivo para os
paraguaios, que puderam dar o melhor de si e fazer do palco um caos, com suas
músicas próprias e sua sonoridade recheada de estilos díspares, do Punk ao
Thrash Metal.
Suburban Bastards (PAR) |
A Slammer de Curitiba - PR também se atrasou, pois, o
baterista acabou se perdendo no caminho para o fest. Com a chegada de Bruno, os curitibanos tocaram cinco músicas
em trinta minutos, para respeitar rigorosamente o horário do OTA e não atrasar
as demais bandas.
Outro ponto a destacar, é a grande quantidade de bandas
presentes no evento. Nomes como Ossos e Leviaethan se locomoveram de Caxias do
Sul para a cidade, mesmo não estando no cast. Além dos gaúchos, integrantes dos
grupos Carcanhá, Dark New Farm, Escória, Goatpenis, Juggernaut, Motorbastards,
Orquídea Negra, Posthumous, Rhestus, The Torment e Vomitoxina foram alguns que
presenciaram o OTA 2020.
A criciumense As The Palaces Burn enfoca o Heavy Metal com
características um tanto quanto diferentes, principalmente com o peso colocado
em cada canção. Recentemente, os músicos divulgaram o disco “End’evour”, seu
primeiro material.
As The Palaces Burn (SC) |
Seguindo a linha, porém com um viés mais tradicional, a Syn
TZ de Balneário Camboriú - SC vêm tomando um grande espaço no cenário
catarinense. Com canções bem trabalhadas, refrões fáceis de ser compreendidos e
por uma presença de palco ímpar, o grupo trouxe um grande público a frente do
palco do OTA.
Syn Tz (SC) |
No evento, havia também muitos organizadores de festivais, como o Agosto Negro, Iceberg Rock Festival, Laguna Metal Fest, River
Rock Festival, Rock in Hell do Campo, Rock in Santa, Rock no Lago e Um Dia Livre
Rock Festival. Todos mostrando que a união tem que ser colocada na prática.
Uma das bandas mais aguardadas, a Drowned com seu Thrash
Metal, estremeceu as estruturas do evento. Pesado, rápido e coeso, os mineiros
perambularam pelos seus álbuns clássicos, e a cada música uma catástrofe
diferente, como o caso de “Bio-violence” que levou a um mosh literalmente violento.
Drowned (MG) |
Com um mistério pairando o ar, as cortinas foram fechadas
para o show do Armored Dawn. O fã-clube da banda denominado “Sou Dragon Club” tomou
à frente do palco e cantavam a cada canção que os paulistas reproduziam. O
frenesi ecoava na Fazenda Cambará e o Power Metal misturado a pinceladas de
Heavy Metal eram executados no evento.
Armored Dawn (SP) |
Durante a apresentação, a banda Armored Dawn em parceria
com a Rádio Cidade cedeu uma guitarra a um jovem garoto chamado Murilo. O rapaz
de 21 anos é otaciliense e tem uma vida humilde trabalhando na agricultura, ele
precisa fazer uma cirurgia no joelho e não possui condições de pagar. Então, os
organizadores do Headbangers Otacílio (Grupo de metalheads da cidade) estão no desenvolvimento de uma rifa para
ajudar nos custos da locomoção de Murilo para São Paulo - SP. Enquanto na
capital paulista, o jovem estará sob cuidados do vocalista da banda e também
médico Eduardo Parras.
As mídias independentes também demonstravam seu trabalho no
OTA 2020, além da Urussanga Rock Music, o Underground Extremo (Luiz Harley
Caires e Carina Langa), O Subsolo (Sidney Oss Emer), Cultura em Peso (Heide
Luiza, Jonathan Dino e Paloma Melzzi), Metal Com Batata (Cristiano Souza), Sinners
Rock Beer (Julio Cesar), Acesso Music (Clovis Roman), Valhala Metal (Rhamon Soratto Pedro e Thalia Soares)
trabalhavam para registrar o que acontecia no evento.
A Hollow de Garibaldi - RS fez uma apresentação surpreendente,
com os ingredientes certos para o Thrash Metal, a celeridade e a agressividade,
além de resquícios de Groove. Com um setlist autoral, os músicos expuseram as
músicas presentes nos seus dois trabalhos, “Spirit Soldier” e “Downfall”.
Hollow (RS) |
Enquanto o evento acontecia, a Urussanga Rock Music em
parceria também com o Underground Extremo realizava entrevistas com as bandas
que se apresentavam. Em virtude disso, das fotos que eram tiradas e vídeos,
algumas bandas não foram possíveis de acompanhar, tais como Carcinosi,
Deadnation, Saturno Alice e Skyline. Por isso, caso alguma banda tenha gravado algum
vídeo, podemos anexar com os devidos créditos ao vídeo oficial do Otacílio Rock
Festival 2020.
No domingo, a Alkanza de Laguna - SC fez os headbangers baterem cabeça cedo. Com
suas músicas em português, o grupo lagunense metralhou a todos com seus riffs rápidos.
Alkanza (SC) |
A redatora do Cultura em Peso, Heide Luiza, definiu o festival
em poucas palavras, como um “grande evento, com uma ótima estrutura, qualidade
de som, preços acessíveis e uma admiração a todos os envolvidos”.
A Isla de La Muerte de Blumenau - SC, contagiou todo o
público presente com a sua atmosfera pirata. O Folk apresentando pelos músicos se
personifica também pelo espectro visual e artístico de sua performance. O
elixir dos sete mares passava de mão em mão, enquanto os marujos e marujas se
deliciavam com danças típicas do além-mar. Além das canções próprias que vão
estar no Ep “Vagas Abertas Para Capitão”, o grupo encerrou a exibição com “Vodka”
do Korpiklaani.
Isla de La Muerte (SC) |
Comemorando 20 anos de estrada, a Rhasalon simplesmente
dispensa comentários. Os riosulenses avançam num Heavy Metal com moldes
totalmente tradicionais e num clima perfeito para os metalheads ingressarem nas rodas
punks.
Rhasalon (SC) |
Encerrando o Otacílio Rock Festival 2020, a headliner Korzus se apresentou pela
segunda vez no evento. Depois de nove anos, o grupo paulista retorna à cidade
com a sua pancadaria habitual, seus riffs
técnicos e sólidos e em uma performance que dá inveja a muitas bandas. No show
dos mesmos, não poderiam faltar “Legion”, “Discipline Of Hate”, “Guerreiros do
Metal” “Truth”, além de “Correria” que possibilitou um mosh destruidor e com direito aos músicos descendo do palco para
tocar com os headbangers.
Korzus (SP) |
O editor e redator do Sinners Rock Beer de Curitiba - PR, Júlio
César também deixou a sua impressão sobre seu primeiro Otacílio: “O OTA foi uma
grande surpresa, o festival mostra um fôlego incomum, se levarmos em conta a
dificuldade para se manter viva a chama do underground. Com uma seleção de
bandas qualificadas, tais como o Korzus, o Suburban Bastards, a Slammer, além
das bandas catarinenses e gaúchas, o OTA também se destacou pela organização. ”
Pela terceira vez no Otacílio Rock Festival, a headbanger Thatieli Heinzen se deslocou
de Campos Novos - SC com sua excursão e definiu o OTA como um local ímpar. “O
que mais me chama a atenção é o fato de sempre fazer novas amizades, o público
simplesmente é o melhor, totalmente receptivos. E para fechar com chave de ouro
esse ano, o Korzus, muita pancadaria envolvida no mosh, estou voltando para casa com vários hematomas e um gosto de
quero mais”.
O fest foi animal!!! ansioso para o próximo!
ResponderExcluir