terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

14º Otacílio Rock Festival: O campo vira palco para o Metal

No último final de semana, a cidade de Otacílio Costa - SC recebeu a décima quarta edição do Otacílio Rock Festival, evento já consagrado no circuito brasileiro de festivais de Rock/Metal.

Cartaz
O OTA como é carinhosamente conhecido se conecta com o ambiente mágico proporcionado pelo quesito bandas, organização, mídias, funcionários e público em geral. Todos trabalhando de forma mútua para a realização de dois dias especiais.

Já na parte da manhã juntamente com alguns amigos, a Urussanga Rock Music se deslocou da cidade de Lages - SC para o fest. Pouco mais de 40 minutos separam os dois municípios que juntos estão inclusos, na gelada Serra Catarinense.

No entanto, ao chegar ao Otacílio Rock Festival foi possível se deparar com um clima bem ensolarado, perfeito para acampar e poder aproveitar o evento sem preocupação com chuvas. A Fazenda Cambará (local onde acontece o festival) já possuía um bom público, mesmo antes das apresentações. Isso também se deve ao fato de vários ônibus, que consigo traziam headbangers de todo o Brasil, sejam elas excursões de SC, RS, PR, SP ou MG.

Enquanto isso, o palco estava sendo preparado antecipadamente e de forma muito organizada por roadies e equipe técnica da Armored Dawn, que se apresentaria no sábado à noite. Em conversa com Phill Lima (tour manager e mentor do Over Metal), o produtor cedeu algumas dicas relacionadas a desenvolvimento de festivais. Além disso, ele também expôs sua visão sobre o OTA, que de acordo com Phill se figura entre os principais fests do Brasil e também mantém seu público a cada edição.

A Overblack pontualmente subiu ao palco do Otacílio Rock Festival, o grupo blumenauense fez um repertório apenas de canções autorais e exibiu seu álbum “Still Burns”. Muito peso, agressividade e a celeridade de sempre marcaram a exibição dos músicos.

Overblack (SC)
De Timbó - SC, a Volkmort extasiou os presentes no evento e fincou seu Doom com presença nítida do Death/Black Metal. Mesmo com alguns pequenos problemas de retorno, por parte da sonorização, os músicos esboçaram a obscuridade, solidez e o experimentalismo natural nas suas apresentações.

Volkmort (SC)
Mais de 1300 km separam Belo Horizonte - MG de Otacílio Costa, e mesmo assim juntamente com sua excursão, os amigos Romagno e Karlon se surpreenderam com a estrutura do evento, que os remeteu ao tradicional Roça in Roll.

A Suburban Bastards subiu ao palco com atraso devido a problemas relacionados à van que os locomoveu. Isso foi um aditivo para os paraguaios, que puderam dar o melhor de si e fazer do palco um caos, com suas músicas próprias e sua sonoridade recheada de estilos díspares, do Punk ao Thrash Metal.

Suburban Bastards (PAR)
A Slammer de Curitiba - PR também se atrasou, pois, o baterista acabou se perdendo no caminho para o fest. Com a chegada de Bruno, os curitibanos tocaram cinco músicas em trinta minutos, para respeitar rigorosamente o horário do OTA e não atrasar as demais bandas.

Outro ponto a destacar, é a grande quantidade de bandas presentes no evento. Nomes como Ossos e Leviaethan se locomoveram de Caxias do Sul para a cidade, mesmo não estando no cast. Além dos gaúchos, integrantes dos grupos Carcanhá, Dark New Farm, Escória, Goatpenis, Juggernaut, Motorbastards, Orquídea Negra, Posthumous, Rhestus, The Torment e Vomitoxina foram alguns que presenciaram o OTA 2020.

A criciumense As The Palaces Burn enfoca o Heavy Metal com características um tanto quanto diferentes, principalmente com o peso colocado em cada canção. Recentemente, os músicos divulgaram o disco “End’evour”, seu primeiro material.

As The Palaces Burn (SC)
Seguindo a linha, porém com um viés mais tradicional, a Syn TZ de Balneário Camboriú - SC vêm tomando um grande espaço no cenário catarinense. Com canções bem trabalhadas, refrões fáceis de ser compreendidos e por uma presença de palco ímpar, o grupo trouxe um grande público a frente do palco do OTA.

Syn Tz (SC)
No evento, havia também muitos organizadores de festivais, como o Agosto Negro, Iceberg Rock Festival, Laguna Metal Fest, River Rock Festival, Rock in Hell do Campo, Rock in Santa, Rock no Lago e Um Dia Livre Rock Festival. Todos mostrando que a união tem que ser colocada na prática.

Uma das bandas mais aguardadas, a Drowned com seu Thrash Metal, estremeceu as estruturas do evento.  Pesado, rápido e coeso, os mineiros perambularam pelos seus álbuns clássicos, e a cada música uma catástrofe diferente, como o caso de “Bio-violence” que levou a um mosh literalmente violento.

Drowned (MG)
Com um mistério pairando o ar, as cortinas foram fechadas para o show do Armored Dawn. O fã-clube da banda denominado “Sou Dragon Club” tomou à frente do palco e cantavam a cada canção que os paulistas reproduziam. O frenesi ecoava na Fazenda Cambará e o Power Metal misturado a pinceladas de Heavy Metal eram executados no evento.

Armored Dawn (SP)
Durante a apresentação, a banda Armored Dawn em parceria com a Rádio Cidade cedeu uma guitarra a um jovem garoto chamado Murilo. O rapaz de 21 anos é otaciliense e tem uma vida humilde trabalhando na agricultura, ele precisa fazer uma cirurgia no joelho e não possui condições de pagar. Então, os organizadores do Headbangers Otacílio (Grupo de metalheads da cidade) estão no desenvolvimento de uma rifa para ajudar nos custos da locomoção de Murilo para São Paulo - SP. Enquanto na capital paulista, o jovem estará sob cuidados do vocalista da banda e também médico Eduardo Parras.

As mídias independentes também demonstravam seu trabalho no OTA 2020, além da Urussanga Rock Music, o Underground Extremo (Luiz Harley Caires e Carina Langa), O Subsolo (Sidney Oss Emer), Cultura em Peso (Heide Luiza, Jonathan Dino e Paloma Melzzi), Metal Com Batata (Cristiano Souza), Sinners Rock Beer (Julio Cesar), Acesso Music (Clovis Roman), Valhala Metal (Rhamon Soratto Pedro e Thalia Soares) trabalhavam para registrar o que acontecia no evento.

A Hollow de Garibaldi - RS fez uma apresentação surpreendente, com os ingredientes certos para o Thrash Metal, a celeridade e a agressividade, além de resquícios de Groove. Com um setlist autoral, os músicos expuseram as músicas presentes nos seus dois trabalhos, “Spirit Soldier” e “Downfall”.

Hollow (RS)
Enquanto o evento acontecia, a Urussanga Rock Music em parceria também com o Underground Extremo realizava entrevistas com as bandas que se apresentavam. Em virtude disso, das fotos que eram tiradas e vídeos, algumas bandas não foram possíveis de acompanhar, tais como Carcinosi, Deadnation, Saturno Alice e Skyline. Por isso, caso alguma banda tenha gravado algum vídeo, podemos anexar com os devidos créditos ao vídeo oficial do Otacílio Rock Festival 2020.

No domingo, a Alkanza de Laguna - SC fez os headbangers baterem cabeça cedo. Com suas músicas em português, o grupo lagunense metralhou a todos com seus riffs rápidos.

Alkanza (SC)
A redatora do Cultura em Peso, Heide Luiza, definiu o festival em poucas palavras, como um “grande evento, com uma ótima estrutura, qualidade de som, preços acessíveis e uma admiração a todos os envolvidos”.

A Isla de La Muerte de Blumenau - SC, contagiou todo o público presente com a sua atmosfera pirata. O Folk apresentando pelos músicos se personifica também pelo espectro visual e artístico de sua performance. O elixir dos sete mares passava de mão em mão, enquanto os marujos e marujas se deliciavam com danças típicas do além-mar. Além das canções próprias que vão estar no Ep “Vagas Abertas Para Capitão”, o grupo encerrou a exibição com “Vodka” do Korpiklaani.

Isla de La Muerte (SC)
Comemorando 20 anos de estrada, a Rhasalon simplesmente dispensa comentários. Os riosulenses avançam num Heavy Metal com moldes totalmente tradicionais e num clima perfeito para os metalheads ingressarem nas rodas punks.

Rhasalon (SC)
Encerrando o Otacílio Rock Festival 2020, a headliner Korzus se apresentou pela segunda vez no evento. Depois de nove anos, o grupo paulista retorna à cidade com a sua pancadaria habitual, seus riffs técnicos e sólidos e em uma performance que dá inveja a muitas bandas. No show dos mesmos, não poderiam faltar “Legion”, “Discipline Of Hate”, “Guerreiros do Metal” “Truth”, além de “Correria” que possibilitou um mosh destruidor e com direito aos músicos descendo do palco para tocar com os headbangers.

Korzus (SP)
O editor e redator do Sinners Rock Beer de Curitiba - PR, Júlio César também deixou a sua impressão sobre seu primeiro Otacílio: “O OTA foi uma grande surpresa, o festival mostra um fôlego incomum, se levarmos em conta a dificuldade para se manter viva a chama do underground. Com uma seleção de bandas qualificadas, tais como o Korzus, o Suburban Bastards, a Slammer, além das bandas catarinenses e gaúchas, o OTA também se destacou pela organização.

Pela terceira vez no Otacílio Rock Festival, a headbanger Thatieli Heinzen se deslocou de Campos Novos - SC com sua excursão e definiu o OTA como um local ímpar. “O que mais me chama a atenção é o fato de sempre fazer novas amizades, o público simplesmente é o melhor, totalmente receptivos. E para fechar com chave de ouro esse ano, o Korzus, muita pancadaria envolvida no mosh, estou voltando para casa com vários hematomas e um gosto de quero mais”.

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