No dia 10 de janeiro, uma das bandas mais expoentes do Metal Catarinense, a Juggernaut, divulgou seu terceiro disco, “La Bestia”. O full length foi produzido de forma independente e possui oito faixas, sendo sete autorais e um cover da banda estadunidense, Starship.
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Lançado como lyric vídeo no ano de 2016, “TerrorISIS Squad”
introduz o disco. A música segue um instrumental cru, brutal e em sua
composição aborda o contexto da guerra e terrorismo proposto pelo Estado
Islâmico. A banda faz uma crítica à crueldade, desrespeito e violência
causada por um esquadrão que não tem um objetivo definido e só praticam
destruição em massa, propagando o ódio e ditando regras, segregacionismo e
fanatismo religioso.
Com 04:46 min, “Puppets Of Society” é personificada pela
celeridade e agressividade. A letra explicita a hipocrisia da sociedade e sua
capacidade de criação de fantoches e pessoas com uma mente vazia, que só sabe
reproduzir falácias.
A terceira faixa é “Hollow Surface” e particularmente, é uma
das melhores do álbum. Nela, é possível identificar a sincronia entre os
integrantes, seja pela violência nas baquetas executadas por Alefer, pelas linhas
de baixo de Valda, os solos descomunais de Célio e a potencialidade vocal de
Cícero. Em sua essência, a mesma trata de assuntos atuais, denunciando formas
de terrorismo virtuais e os malefícios causados pela internet.
“Man Of A Thousand Faces” incorpora em sua composição uma
similaridade com a situação política evidenciada no país. Um governo sem
escrúpulos, baseados num discurso totalmente negligente, rodeado por corrupção,
usando a mentira como fator principal de seu “sucesso” e concentrando o poder
na mão de poucos. O “petardo nos ouvidos” é nítido e ao passo do desenrolar da
canção, há a predominância de um instrumental constante, com riffs rápidos.
A quinta música é intitulada “Human Template” e exibe uma
sonoridade ríspida, sem firulas, com vocais mais graves. A letra enfatiza a
influência da religião no desenvolvimento da vida das pessoas. Todos estão
programados e estabelecidos pela dogmática, a se casar, ter filhos, manter uma
vida pacata e principalmente, a maneira como qualquer questionamento e indagação
a respeito dessas pendências, torna a pessoa um indivíduo demonizado na
sociedade.
Com um jogo de palavras ímpares mesclados com a aliteração
no início da faixa, “Useless Generation” toca na ferida ao mostrar as
consequências da vida virtual. A forma como a internet encoraja as pessoas a
praticar humilhações públicas, viver uma vida fútil com viés de atualizar o
Instagram e angariar seguidores, interação com “fakes”, além da disseminação de
notícias falsas com apenas um click. O instrumental é pesado e mantém o Thrash
Metal, cada vez mais potencial.
A homônima “La Bestia” é a faixa mais longa do material.
Com 05:32 min, ela dá continuidade nos riffs céleres e rápidos. Com a
peculiaridade de ser cantada em espanhol e em português, ela expõe toda a
xenofobia exercida pelos estadunidenses com os imigrantes ilegais vindos,
através da “La Bestia” (o trem da morte), que era o meio que os latinos utilizavam para cruzar a fronteira e chegar aos Estados Unidos.
Encerrando o disco, os músicos fizeram uma bela versão da
canção “We Built This City” da banda Starship. Mais cadenciada, porém com o
acréscimo de sua identidade, a Juggernaut trouxe uma maneira ímpar de
reproduzir a faixa.
O álbum num aspecto geral, salienta problemas enfrentados, sejam pela globalização desenfreada, pela desigualdade social ou pela dominação da internet, na atualidade distópica. O instrumental cerceia a velocidade, pelo peso e é marcado no fim, por trazer uma quebra de tensão, sejam com os assuntos abordados ou com a agressividade característica no desenrolar do disco.
Sobre a banda
A Juggernaut foi formada em 2005, na cidade de Blumenau, em Santa Catarina. O grupo reuniu músicos experientes e logo de cara,
lançou uma demo homônima. Com a aceitação no cenário do Thrash Metal regional,
os músicos rapidamente se tornaram figurinhas carimbadas, nos principais festivais
do estado.
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Em sua discografia, os blumenauenses possuem três discos, “Lines Of The Edge” (2006), “Ground Zero Conflict” (2011) e o mais recente “La Bestia”.
Formação Atual:
Célio (Vocal)
Cícero (Guitarra)
Alefer (Bateria)
Valda (Baixo)
Plataformas Virtuais:
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