quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Slammer: celeridade e morbidez marcam o primeiro disco do grupo

No dia 28 de setembro de 2021, o Power Trio, Slammer de Curitiba – PR difundiu seu primeiro disco homônimo. Com onze faixas, o material consolida a banda como um dos grandes nomes do Metal Extremo brasileiro.

Foto/Divulgação

Ao dar play, já somos apresentados a “Storm From Las Palmeras” uma intro sinfônica, que através de uma sonoridade fúnebre, esboça a atmosfera que trará esse trabalho.

Logo em seguida, vem a faixa instrumental “1986”, que abre espaço para os riffs pesados e a bateria frenética de Hordak.

“Sons of Evil” é caracterizada por um refrão marcante e instrumental bem trabalhado. A composição trata da negação a fé, trazendo críticas a submissão imposta pela região.

A quarta faixa “Dominium” expõe uma sonoridade célere e evidencia os vocais graves de Urso, principalmente no verso “Dominium In The Name Of Satan”. Além disso, expõe a perspectiva de um cenário apocalíptico, em que a dor e a agonia prevalecem sob a humanidade.

“This Heaven Doesn’t Living in Me” possui um solo descomunal. A faixa flerta ao mesmo tempo com o primitivo Black Metal, mas também com o Heavy Metal oitentista em muitos de seus arranjos. A letra faz uma crítica ao tradicionalismo religioso, enfatizando a rejeição aos dogmas cristãos e a doutrinação da fé.

Uma de minhas preferidas, é a insaciável “Ignis Corporea” mais uma das quatro músicas inclusas no Ep “Passage Of Hell”, difundido no ano passado. A alternância entre os riffs e os incólumes versos de Urso protagonizam uma imersão surreal no instrumental. Em tradução livre do latim, o título da faixa significa “Corpos em Fogo”, a composição usa desse elemento como referência as chamas do inferno. Os corpos queimados criam um paralelo ao pecado e a negação divina.  

A sétima canção é “Throne In Flames”, um prato cheio para as rodas punks e moshes. É uma das mais rápidas do disco e é marcada pela presença sólida de Hordak nas baquetas, além do solo enérgico protagonizado por Zema no meio da mesma. A composição é recheada de alusões a símbolos cristãos, evidencia o desprezo pelo sagrado e a servidão de quem os segue.

“The Slammer” carrega riffs potenciais e os vocais novamente passam pelo crivo mórbido do grave. O refrão pegajoso, repete os versos homônimos à consonância de cada riff. A faixa surge como um hino ao triunfo da escuridão, a queda do divino e a consolidação do mal.

Com 06:20min, a mais longa do disco é “The Cursed Of Abbadon”. A faixa é a minha preferida, pois mantém uma pegada sólida de Heavy Metal ambientada por um instrumental agressivo e único. Assim como sua denominação explicita, a temática que a ronda, é baseada na história bíblica de Abaddon, anjo caído que merge de um abismo, evocando destruição e caos ao mundo.

A décima canção “La Oración de Los Hipócritas” é uma intro que traz em seus poucos versos, críticas e o escárnio em relação a dogmática do cristianismo. Ela antecede o fechamento do disco, a faixa “Father, Bastard and Holy Devil”. Considerada como uma baladinha mais from hell, a música extrai - se é que pode dizer isto aos 49 do segundo tempo, no término do álbum – em menos de três minutos, a essência mórbida e os vocais ásperos de Urso, em sincronia com riffs trabalhados e um instrumental que alterna ao passo de cada verso proferido. O “Pai”, o “Bastardo” e o “Santo Diabo”, são figuras que surgem em oposição a santíssima trindade católica, contrapondo o que eles representam e condenando seu discurso.

O material foi gravado no Las Palmeras Studio, em Assunção – PY e a arte feita por Thelma Roza.

 

Foto/Divulgação


Sobre a banda:

Com 22 anos de banda, a Slammer dispensa comentários quando o assunto é Metal Extremo. O grupo curitibano, conhecido por seus shows artísticos e por letras que remetem a heresia mostra que o Death/Black Metal está mais ativo do que nunca.

Em 2016, depois de um longo hiato Urso (Baixo e Vocal) e Zema (Guitarra) resolveram se juntar novamente e resgatar aquele grupo que foi um dos pioneiros do Metal paranaense. A ideia foi rapidamente colocada em prática e com isso precisou-se de um baterista, de antemão decidiram por chamar Bruno Hordak (Grimpha, Tripanossoma).

 

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